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CLÓVIS ROSSI
De silêncios e civilização
SÃO PAULO - Se Lula fosse presidente em 1939, teria justificado Hitler. Em 1937 Hitler aprovou uma
lei que tornava legal prender pessoas por serem judias. Ou seja, se é
mesmo para respeitar, como disse
Lula, "a Justiça e o governo cubano", ter-se-ia que respeitar também
a Justiça e o governo alemão da
época.
A observação é de Marcelo Bigal,
brasileiro de 40 anos, neuropsiquiatra residente na Pensilvânia,
onde é diretor-global de Assuntos
Científicos da Merck.
Não se trata de um representante
da "direita", essa palavrinha que a
esquerda debiloide saca do coldre
nas infinitas vezes em que não tem
um só argumento para rebater críticas a seus ídolos e prefere, por isso, tentar desqualificar o crítico.
Foi militante do PT, sim, senhor,
mas saiu desiludido com o que chama de "pallocismo" em sua terra,
Ribeirão Preto.
Seu argumento é nítido: "Um
presidente não expressa apenas seu
pensamento ou joga para a plateia.
Ele representa os princípios do povo que o elegeu". No pressuposto de
que a maioria dos brasileiros valoriza direitos humanos e a democracia, não há como silenciar em relação a Cuba ou a qualquer outro país
que viole tais valores.
Não cabe, portanto, a fuga ensaiada por Marco Aurélio Garcia ao dizer que, às vezes, "a melhor forma
de ajudar é não tomar partido".
Pode-se, de fato, não tomar partido entre correntes políticas ou entre governos em confronto, mas,
entre a civilização e a barbárie,
qualquer omissão equivale a tomar
o partido da barbárie.
Nem é tão complicado assim: Hillary Clinton, a secretária norte-americana de Estado, disse que a
iniciativa israelense de construir
novas residências em áreas palestinas "é um sinal profundamente negativo sobre a abordagem de Israel
para as relações bilaterais".
Tomou partido ou apenas disse o
que deveria dizer?
crossi@uol.com.br
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