São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2006

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DECLÍNIO NOS HOMICÍDIOS

A "Síntese de Indicadores Sociais - 2005", recém-divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirma uma boa notícia: as mortes violentas estão diminuindo no Brasil. A conclusão desafia a percepção comum, mas está escorada nos números obtidos na Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad) de 2004.
De acordo com o instituto, a mortalidade masculina por causas externas na faixa de 20 a 24 anos -a mais sujeita a homicídios e acidentes-, que cresceu significativamente ao longo das últimas duas décadas, registrou queda em 2004. Em 1980, morriam por causas externas 121 de cada 100 mil jovens. A taxa foi ascendente até 2003, quando se verificaram 184 óbitos para cada 100 mil. Em 2004, o índice recuou para 171, o que representa queda de 7%.
Os indicadores nacionais consolidam uma tendência que já vinha sendo detectada em diversas regiões do país, notadamente em grandes centros urbanos como a Grande São Paulo. Entre as várias razões que parecem ter contribuído para a queda, vale destacar, ainda que muito genericamente, a ligeira redução de acidentes automobilísticos, algum investimento em segurança pública (embora ainda muito distante do desejável), a ampliação dos programas de geração de renda e os esforços pelo desarmamento da população.
Seria importante pesquisar melhor os fatores que mais concorreram para a diminuição dos óbitos a fim de tentar potencializá-los por meio de políticas públicas. Também vale alertar que a boa notícia não deve tirar de perspectiva o fato de que os índices de morte violenta no país ainda são escandalosamente altos. Apesar da redução, a mortalidade masculina entre jovens ainda é 4,1 vezes maior do que a feminina, chegando a 5 vezes em áreas como São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal.


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