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DECLÍNIO NOS HOMICÍDIOS
A "Síntese de Indicadores Sociais - 2005", recém-divulgada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), confirma uma
boa notícia: as mortes violentas estão
diminuindo no Brasil. A conclusão
desafia a percepção comum, mas está escorada nos números obtidos na
Pesquisa Nacional de Amostra de
Domicílios (Pnad) de 2004.
De acordo com o instituto, a mortalidade masculina por causas externas na faixa de 20 a 24 anos -a mais
sujeita a homicídios e acidentes-,
que cresceu significativamente ao
longo das últimas duas décadas, registrou queda em 2004. Em 1980,
morriam por causas externas 121 de
cada 100 mil jovens. A taxa foi ascendente até 2003, quando se verificaram 184 óbitos para cada 100 mil. Em
2004, o índice recuou para 171, o que
representa queda de 7%.
Os indicadores nacionais consolidam uma tendência que já vinha sendo detectada em diversas regiões do
país, notadamente em grandes centros urbanos como a Grande São
Paulo. Entre as várias razões que parecem ter contribuído para a queda,
vale destacar, ainda que muito genericamente, a ligeira redução de acidentes automobilísticos, algum investimento em segurança pública
(embora ainda muito distante do desejável), a ampliação dos programas
de geração de renda e os esforços pelo desarmamento da população.
Seria importante pesquisar melhor
os fatores que mais concorreram para a diminuição dos óbitos a fim de
tentar potencializá-los por meio de
políticas públicas. Também vale
alertar que a boa notícia não deve tirar de perspectiva o fato de que os índices de morte violenta no país ainda
são escandalosamente altos. Apesar
da redução, a mortalidade masculina
entre jovens ainda é 4,1 vezes maior
do que a feminina, chegando a 5 vezes em áreas como São Paulo, Rio de
Janeiro e o Distrito Federal.
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