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AMEAÇA DE RETROCESSO
Após 16 dias de paralisação, terminou a greve de professores e
funcionários da rede municipal de
ensino de São Paulo. Os grevistas
não obtiveram o aumento de salários
pleiteado, mas, lamentavelmente,
conseguiram colocar em questão o
projeto "São Paulo é uma Escola".
O projeto de educação integral da
prefeitura entrou na pauta do movimento porque, segundo os grevistas,
retirou do período normal de aulas
projetos já consolidados, como as
salas de leitura e de informática.
Além disso, faltariam funcionários e
locais adequados para a realização
das atividades. A administração municipal prometeu rever a iniciativa.
O programa, iniciado em maio de
2005, é um dos melhores da atual
gestão. Através dele a prefeitura
aproveita espaços das escolas e de
seu entorno para atividades pedagógicas, culturais e de lazer fora do horário regular de aula. A idéia é ampliar a permanência na escola, instituindo um regime que contribua para melhorar a formação das crianças
e afastá-las dos perigos das ruas.
Decerto um programa desse tipo
acarreta dificuldades de execução e
sempre vai precisar de ajuste. É provável que as queixas dos professores
tenham algum fundamento. Mas daí
não segue que, por esse motivo, o
projeto deva ser abandonado. Deve,
sim, ser aperfeiçoado, talvez envolvendo mais a comunidade e os pais
em seu desenvolvimento.
É lamentável que os professores tenham tratado do assunto como matéria trabalhista, e não como um projeto abrangente para a educação. É
indispensável que a Secretaria da
Educação mantenha o programa. A
maior permanência na escola e a prática de atividades extracurriculares
estão entre os elementos essenciais
para a boa formação dos estudantes.
O fim de um programa como esse
seria um enorme retrocesso para a
educação pública da capital paulista.
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