São Paulo, domingo, 14 de maio de 2000


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PAINEL DO LEITOR

Verdades sobre o mínimo
"Analisando o quadro publicado anteontem na Folha sobre os votos da bancada paulista no Congresso quando da aprovação do novo salário mínimo, pode-se observar, entre outras coisas, o seguinte: enquanto PT, PPS e PDT votaram maciçamente contra a medida provisória, as bancadas do PSDB e do PFL foram unânimes na aceitação do mínimo de R$ 151. Ficou assim evidente que muitos blefaram durante a discussão que antecedeu a votação do mínimo. No entanto, o prêmio máximo de demagogo e falastrão vai para o deputado Medeiros, do PFL. Durante vários meses, o ex-líder sindical deitou e rolou na mídia defendendo um mínimo de US$ 100. Na hora da votação, contudo, a máscara caiu, pois, quietinho e submisso, aceitou as ordens dos chefes do PFL e cedeu às pressões da Presidência da República. Os trabalhadores agradecem?" Caio Navarro de Toledo, professor de ciência política da Unicamp (São Paulo, SP)

Direito
"A coluna de Barbara Gancia, publicada no dia 10/5, na pág. C2 da Folha, referiu-se à defesa do prefeito Celso Pitta como tendo sido preparada "por advogados e que, para essa cambada, qualquer processo é briga de foice". Sem dúvida, a jornalista fez uma alusão depreciativa à classe dos advogados, comparada à súcia ou à corja. Ela está desqualificando os advogados, de forma generalizada, por considerar imoral que exerçam sua missão de garantir o direito inalienável à defesa a todos os acusados, esgotando todas as instâncias. Gostaria de lembrar que inúmeros advogados foram expostos à crítica da mídia e da sociedade por defenderem casos que suscitaram a ira da opinião pública, como os da Escola Base e os do caso do bar Bodega. Mas, se não fosse o trabalho amplo e minucioso dos advogados dos acusados, eles não teriam sido inocentados, não se teria feito justiça e a sociedade não conheceria a verdade dos fatos." Rubens Approbato Machado, presidente da OAB-SP (São Paulo, SP)

Má interpretação
"Em 8 de maio, a Folha publicou uma pequena nota com o título "BID reabilita tese racista", em relação à publicação do último relatório sobre o "Progreso Económico y Social em América Latina: mas allá de la economia", o qual tive a honra de dirigir. Como qualquer leitor do relatório poderá verificar, o BID em nenhum caso e sob nenhuma circunstância reabilita teses racistas. O estudo apenas pretende incorporar à análise socioeconômica fatores como geografia, demografia e as instituições. É lamentável que títulos irresponsáveis possam induzir os leitores da Folha a erros semelhantes." Ricardo Hausmann, Banco Interamericano de Desenvolvimento (Washington, DC, EUA)

Editorial
"O editorial "Adão e Eva" (Opinião, 6/5) espanta e preocupa. Espanta porque, no limiar do século 21, o jornal voltar a bater na tecla do criacionismo, decorrido um século e meio da publicação de "A Origem das Espécies", traz à memória os tempos do obscurantismo e da mescla promíscua entre religião e Estado. Preocupa porque, sendo a Folha o maior jornal do país, seus editoriais certamente são formadores de opinião, e vê-la propagandear teorias anticientíficas não contribui para a correta orientação dos leitores segundo os postulados da ciência. O que tem a ver o fato de possivelmente ter existido um casal do qual descenda toda a humanidade com as lendas e crendices constantes da Bíblia?" Alfredo Spínola de Mello Neto (São Paulo, SP)

Único modo
"Excelente a coluna "Censura aberrante", de Clóvis Rossi (Opinião, 9/5). O ministro Raul Jungmann acha antidemocrática a ação do MST, mas deve achar normal a censura praticada contra João Pedro Stedile. O leitor Paulo Sergio de Carvalho ("Painel do Leitor", 9/5) diz que o MST debocha da lei e a satiriza. Sim, é contra a lei invadir prédios públicos, mas de que outra maneira essas pessoas poderiam ser ouvidas?" Luciana Hitomi Ferreira (São Paulo, SP)

Limpeza necessária
"Um movimento das consciências pensantes deste país deve começar, formando um filtro moral para que essa sujeira impregnante que é a corrupção deixe de asfixiar o Brasil e facilite seu crescimento econômico. O país se encontra em tal situação social que não suporta mais esse nível de corrupção, e uma cruzada definitiva deve ser iniciada para combatê-la. Esse movimento deveria ser deflagrado pelo Planalto e por quem o chefia. Mas o "asco" demonstrado por nosso presidente não mostra coerência quando ele, para obter apoio político, facilita a rolagem da dívida da Prefeitura de São Paulo -envolvida em escândalos de corrupção. O sr. Fernando Henrique, não encabeçando essa cruzada, perde, em minha opinião, a oportunidade de entrar para a história como um verdadeiro líder redentor desta nação." Warley Galhardo (Guaratinguetá, SP)

Imposto menor
"Deu na Folha (12/5): "O governo não conseguiu derrubar uma liminar que permite aos auditores fiscais da Receita Federal pagar menos Imposto de Renda. Com isso, a tabela mensagem do IR dos auditores foi corrigida em 28,4%". Parabéns aos auditores fiscais, a causa é justa, e a vitória, merecida. Cabe agora à choldra (codinome que o governo dá a nós, contribuintes) também lutar por esse direito mais que justo e perfeito." José Roberto Martins Rijo (São Paulo, SP)

Precauções necessárias
"O governo "parece" interessado em diminuir o preço dos medicamentos. Então, deveria controlar a comercialização dos medicamentos com a obrigatoriedade da venda à população, só e somente só sob receita médica. Assim, estaria também acabando com o uso indiscriminado e inadequado pela comunidade, bem como com a "empurroterapia" de alguns balconistas de farmácias; motivando a busca da qualidade pelos laboratórios; desmotivando os fraudadores e diminuindo o custo do "tratamento". Já é feito o controle dos entorpecentes e das substâncias que podem causar dependência. Por que não começar a controlar a venda de outras medicações?" Paulo José Tavares (Salvador, BA)

Consciência
"O branco de nossa bandeira significa a amnésia dos "brasileiros" em relação a eles mesmos e sua pátria "mãe" gentil!" Vitória Pérez Martinez (São Paulo, SP)

Homenagem
"Mãe, três letrinhas que nos comovem muito. Por quê? Porque nos deram a vida. Alegria? Tristezas? Felicidade? Amor? Solidão? Festas? Para cada ser, um adjetivo. Para cada momento, uma lembrança. Bom seria se cada brasileiro, neste dia, pudesse dizer com orgulho: obrigado minha mãe, pela beleza da vida, pelos caminhos do amor a Deus e ao próximo, pela educação, pelo carinho, pela fraternidade, pela dignidade, pelo caráter, enfim, por tudo que sou e pretendo ser." Antônio Rochael (Iguape, SP)


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