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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Aviação
"Em relação à reportagem "Negócio recorde une Embraer e Bombardier" (Dinheiro, pág. B6, 13/5), sobre a venda de 85 aeronaves Embraer-170 à empresa US Airways, informamos o seguinte: 1. Os dois contratos agora anunciados pela US Airways resultaram de uma decisão da grande empresa americana que tratou, separadamente, as propostas que recebeu da Embraer e do nosso notório concorrente. 2. No processo de negociação, não houve, em nenhum momento, nenhum diálogo entre a Embraer e a Bombardier, como está registrado no texto. Assim, repudiamos veementemente a afirmação da existência de qualquer acordo nosso com a Bombardier ou com qualquer outra empresa neste episódio ou em quaisquer outras concorrências de que a Embraer participe ou tenha participado. 3. Esse jornal tem o dever de provar a existência de "acordo comercial entre a Embraer, a canadense Bombardier, sua principal concorrente, e a companhia americana US Airways", tal como registrado no texto, ou consideramos dever do jornal publicar a correção da inveracidade dessas informações constantes das referidas reportagens. 4. A Embraer está interpelando o profissional que subscreve as reportagens para que preste esclarecimentos sobre as alegações ali contidas. A despeito do destaque dado em "press releases" emitidos pela US Airways e Embraer, esse jornal literalmente ignora o aspecto realmente relevante dessa operação, que já é considerada histórica para o futuro da aviação comercial dos Estados Unidos -a opção estratégica feita por uma grande linha áerea de primeiro nível dos EUA, por reestruturar-se financeira e operacionalmente segundo um novo modelo de negócio, em que jatos comerciais de menor porte, na faixa de 50 a 110 passageiros, constituirão a espinha dorsal do seu negócio."
Maurício N. Botelho, diretor-presidente da Embraer (São José dos Campos, SP)

Resposta do jornalista Marcelo Claret - O acordo foi divulgado pela companhia aérea norte-americana US Airways em nota oficial distribuída à imprensa anteontem, na qual David Siegel, presidente da empresa, afirma que, "em consequência desse ótimo acordo, pudemos dividir esse pedido igualmente entre a Bombardier e a Embraer". Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa da Embraer informou que a empresa não comentaria o contrato com a US Airways.

Volks
A Volkswagen do Brasil lamenta a publicação do texto "Fisco fisga Volkswagen em águas turvas" (Brasil, pág. A15, 11/5). O teor sensacionalista acrescentado a fatos corriqueiros e de domínio público engana o leitor da Folha. A Volkswagen do Brasil, como milhares de outras empresas, associou-se a projetos pela via do incentivo fiscal de maneira legal, regular e transparente. Não cabe à Volkswagen, como de resto não cabe a nenhum desses milhares de empresas, fiscalizar esses projetos -que levam a chancela do poder público, a quem é reservado esse papel. Mas o texto despreza isso. No curso da fiscalização de um desses projetos, denominado Frango Norte Agroindustrial S/A, foi solicitado à Volkswagen do Brasil pela Receita Federal que colaborasse com informações, que foram devidamente prestadas, como atesta correspondência àquele órgão datada de 16 de janeiro deste ano (e não 23 de janeiro, como registra o jornalista Josias de Souza, ainda que tenha recebido a informação correta). Quaisquer outros esclarecimentos solicitados pelas autoridades competentes neste e em outros casos serão, como sempre foram, prontamente atendidos. Enfim, é deplorável que o louvável trabalho jornalístico realizado por Josias de Souza na apuração de escândalos que envolvem verbas públicas se tenha rendido à via fácil do sensacional ao se deparar com o nome da maior empresa privada ao país -dentro de uma situação, repito, legal, regular e transparente. Nada há contra a Volkswagen do Brasil no caso levantado pelo jornalista. Em 50 anos de atuação do país, a Volkswagen do Brasil montou e vendeu carros, como lembra Josias de Souza. E se firmou como uma das mais respeitáveis empresas deste país -uma empresa que o brasileiro conhece profundamente e na qual confia."
Junia Nogueira de Sá, diretora de assuntos corporativos e imprensa da Volkswagen do Brasil (São Bernardo do Campo, SP)

Resposta do jornalista Josias de Souza - Quando restrito à Amazônia, o trabalho jornalístico é "louvável". Voltado para São Paulo, torna-se "sensacionalista". A Frango Norte, à qual se associou a Volkswagen, desviou R$ 20,8 milhões em recursos públicos. Encontra-se com os bens bloqueados. O grupo Volkswagen recebeu pelo menos US$ 2,6 milhões do empreendimento ilegal. A multinacional não foi "solicitada a colaborar", mas intimada pela Receita a explicar-se, conforme documento em poder do repórter. Datada de 16 de janeiro, a resposta à intimação chegou aos auditores em 23 de janeiro de 2003.

Prefeitura de São Paulo
A prefeita Marta Suplicy considera que a formação da futura chapa de vereadores do PT é um assunto que deve ser tratado exclusivamente pelo partido na cidade de São Paulo. Ela não interferiu nem mesmo na montagem da chapa que a acompanhou nas eleições municipais do ano de 2000, quando foi eleita prefeita de São Paulo. Considera, portanto, de profunda má-fé a nota "Pelo estrangulamento" ("Painel", pág. A4, 13/5), a qual contém informações profundamente inverídicas sobre esse tema."
José Américo Dias, secretário de Comunicação e Informação Social da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Rogério Gentile, editor do "Painel" - Pelo menos cinco petistas relataram à Folha que articuladores políticos de Marta Suplicy têm estimulado o lançamento de candidaturas nas bases eleitorais dos vereadores do partido que não são exatamente afinados com a sua gestão.

PT
"Mesmo não sendo petista, em todas as últimas eleições votei e participei ativamente de campanhas políticas de candidatos do PT e do PC do B. Vendo esse lamentável espetáculo patrocinado pelo Palácio do Planalto e promovido pela Comissão Executiva do PT, que, ao que tudo indica, culminará com a expulsão de parlamentares que defendem na essência bandeiras que sempre foram do PT e do PC do B, como poderei eu votar, em futuras eleições, em candidatos petistas?"
Isnaldo Piedade de Faria (Brasília, DF)


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