São Paulo, quinta-feira, 14 de maio de 2009

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Editoriais

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Queda na pirataria

O USO DE software pirata diminuiu no Brasil, em contraste com aumento no mundo, segundo estudo de associação dos fabricantes. O índice de programas usados sem licença, que foi de 64% em 2004 para 58% em 2008, é alvissareiro não apenas por denotar maior cumprimento da lei mas também por indicar que mais brasileiros têm tido acesso a produtos originais.
A queda é explicada em parte pela maior repressão policial. O principal fator, porém, foi a percepção das próprias empresas de que, com redução de preços e maior facilidade de pagamento, poderiam atrair o consumidor.
O resultado também reflete mudanças no mercado, com maior presença de softwares livres -sobre os quais não recaem direitos autorais-, o que aplaca o apelo das cópias piratas, assim como a venda de programas na internet, que possibilita a oferta de pacotes mais próximos da necessidade do consumidor.
Fabricantes nacionais, porém, viram crescimento, ainda que modesto, nas perdas decorrentes da pirataria entre 2007 e 2008.
A diminuição da carga tributária, assim como ocorreu com parte dos computadores, seria um passo crucial do governo para um combate mais agudo à pirataria. Para fabricantes e revendedores, buscar mais justeza nos preços não seria má ideia.
Diante de um produto que lhe ofereça garantia e preço adequado, o consumidor dificilmente procurará uma cópia ilegal de procedência duvidosa.
Cresce o entendimento de que o cerne da pirataria está na necessidade de acesso dos brasileiros a ferramentas essenciais. Os dados da pesquisa mostram isso. Sem prescindir da repressão, é preciso facilitar ainda mais a aquisição legal de programas, cuja disseminação aumenta a produtividade e a capacidade de empresas e trabalhadores de competirem no mundo globalizado.


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