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Editoriais
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Queda na pirataria
O USO DE software pirata diminuiu no Brasil, em contraste com aumento no
mundo, segundo estudo de associação dos fabricantes. O índice
de programas usados sem licença, que foi de 64% em 2004 para
58% em 2008, é alvissareiro não
apenas por denotar maior cumprimento da lei mas também por
indicar que mais brasileiros têm
tido acesso a produtos originais.
A queda é explicada em parte
pela maior repressão policial. O
principal fator, porém, foi a percepção das próprias empresas de
que, com redução de preços e
maior facilidade de pagamento,
poderiam atrair o consumidor.
O resultado também reflete
mudanças no mercado, com
maior presença de softwares livres -sobre os quais não recaem
direitos autorais-, o que aplaca
o apelo das cópias piratas, assim
como a venda de programas na
internet, que possibilita a oferta
de pacotes mais próximos da necessidade do consumidor.
Fabricantes nacionais, porém,
viram crescimento, ainda que
modesto, nas perdas decorrentes
da pirataria entre 2007 e 2008.
A diminuição da carga tributária, assim como ocorreu com
parte dos computadores, seria
um passo crucial do governo para um combate mais agudo à pirataria. Para fabricantes e revendedores, buscar mais justeza nos
preços não seria má ideia.
Diante de um produto que lhe
ofereça garantia e preço adequado, o consumidor dificilmente
procurará uma cópia ilegal de
procedência duvidosa.
Cresce o entendimento de que
o cerne da pirataria está na necessidade de acesso dos brasileiros a ferramentas essenciais. Os
dados da pesquisa mostram isso.
Sem prescindir da repressão, é
preciso facilitar ainda mais a
aquisição legal de programas, cuja disseminação aumenta a produtividade e a capacidade de empresas e trabalhadores de competirem no mundo globalizado.
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