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Editoriais
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Decolagem atrasada
Beira o ridículo a tentativa do
ministro da Defesa, Nelson Jobim,
de evitar o uso do termo "privatização" para caracterizar concessões da exploração de aeroportos
à iniciativa privada -algo que já
deveria estar em prática há anos,
não fossem os preconceitos e a incompetência do governo Luiz Inácio Lula da Silva nessa matéria.
Numa tentativa de se destacar
do governo Fernando Henrique
Cardoso, ao qual serviu na pasta
da Justiça, Jobim declarou à Folha.com que, diferentemente do
que se fez àquela época, "não vamos vender ativos, vamos fazer
concessões de ativos".
É de esperar que o tributo retórico pago ao atraso petista em ano
eleitoral não impeça o ministro de
fazer o que é preciso. A situação
dos aeroportos brasileiros já pode
ser considerada de extrema gravidade sem levar em conta a Copa
de 2014 e a Olimpíada de 2016.
Com a realização desses dois
eventos, a perspectiva é de caos.
Jobim anunciou que no próximo mês a Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil) terminará a "formatação" das concessões. Entre
as unidades que devem ser beneficiadas com a medida estão o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, Viracopos, em Campinas, e o Tom
Jobim, no Rio de Janeiro.
O famigerado terceiro aeroporto da Região Metropolitana de São
Paulo, que nunca foi além de declarações oportunistas de autoridades, também poderá ser entregue à iniciativa privada.
É de estarrecer que a busca de
investimentos privados para ampliar e modernizar a estrutura aeroportuária se arraste há tantos
anos no Brasil. O governo não tem
recursos para bancar a empreitada. Se os tivesse, aliás, seria melhor investi-los em políticas públicas com menos atrativos para empresas privadas.
Também o governo paulista
anunciou que pretende privatizar
aeroportos do Estado. Esperemos
que as iniciativas de Brasília e São
Paulo deem resultados o mais rápido possível.
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