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São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Cuba
"No editorial "Laços de família" (Opinião, pág. A2, 12/7), a Folha ratifica sua atitude de insultar permanentemente o presidente de Cuba. Igualmente confirma sua posição de defender três criminosos violentos, qualificando-los de "dissidentes".
A Folha não tem mostrado a mesma preocupação ou solidariedade para com as dezenas de cidadãos cubanos inocentes, inclusive crianças, vítimas daquele ato de sequestro hediondo que os colocou em grave perigo de morte durante longas horas de horror e de angústia.
Também não tem dedicado uma só linha a condenar a Lei de Ajuste Cubano dos Estados Unidos, que tem causado inúmeras mortes e atos criminosos. Em definitivo, em sua orientação editorial sobre Cuba, a Folha tem dado repetidas mostras de coincidir com a caluniosa propaganda do governo norte-americano.
Deve ficar claro que o Estado cubano, submetido à agressão, ao acosso e ao bloqueio, conta com leis e instituições para se defender e não duvidará em fazer uso de sua legislação para proteger a sua soberania e para castigar os que cooperam com a superpotência imperial, que intenta subverter a ordem constitucional do país e arrebatar do povo cubano o direito de desfrutar de sua independência e de sua autodeterminação.
Os cubanos seguirão defendendo seu direito à plena liberdade apesar de todas as desinformações caluniosas a respeito de nosso país."
Jorge Lezcano Pérez, embaixador de Cuba no Brasil (Brasília, DF)
 

"Estamos indignadas com as recentes declarações do embaixador brasileiro em Cuba.
A justificativa para a controversa posição brasileira -do governo Lula- em relação à execução de dissidentes em Cuba é absurda e inaceitável. Em nenhuma hipótese se deveriam abrir concessões à pena de morte.
Constrangedora nesse caso é a "neutralidade" da diplomacia brasileira. Como não bastasse, o embaixador ainda compara a posição brasileira a uma questão familiar. Quer dizer então que voltamos ao tempo em que, "em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher".
Realmente lamentável e vergonhosa a declaração de Tilden Santiago."
Magaly Pazello e Sonia Correa (Rio de Janeiro, RJ)
 

"Nelson Mota afirmou em sua carta publicada ontem nesta seção que o embargo imposto a Cuba pelos Estados Unidos é responsabilidade de Fidel.
Vaticina que, ao serem restabelecidas as relações entre os dois países, os cubanos, como num passe de mágica, viverão num paraíso, tendo acesso a livros, a discos, a shows e a filmes e, quando os norte-americanos forem à ilha fazer turismo e desfrutar de sol, sexo e salsa, deixarão lá bilhões de dólares.
Uma dúvida assaltou-me: por que os outros povos vizinhos, como haitianos, hondurenhos, guatemaltecos etc. não recebem as benesses americanas e apresentam Índices de Desenvolvimento Humano (levantamento da ONU) ruins enquanto em Cuba, apesar dos graves problemas, não há analfabetismo e a mortalidade infantil está no mesmo patamar da dos Estados Unidos?"
Antonio Carlos Guedes Chaves (Campinas, SP)

Cultura feudal
"Desde a semana passada, está claro que o PT nada mais tem a ver com os trabalhadores. Está contra a greve dos servidores e retificou suas posições autoritárias, obrigando seus parlamentares a votarem de acordo com as decisões do governo nas contra-reformas da Previdência e tributária. No governo, Lula e o PT são iguais a qualquer outro governo de ocasião. É um governo submisso e com medo de romper com os cânones do FMI e do Banco Mundial.
O fracasso do governo Lula e do PT não será o das esquerdas -como dizem alguns intelectuais governistas- porque não temos um governo de esquerda. Permanece no poder a cultura feudal da política, que tem agora o PT como extensão e colaborador. O novo só virá se os trabalhadores e a esquerda tomarem a iniciativa de construção de um novo partido, que tenha claro na defesa de seu programa uma nova direção -à altura de suas tarefas históricas e coerente com elas."
Thaelman Carlos M. de Almeida (São Paulo, SP)

1932
"A Revolução de 32 é objeto de controvérsias intermináveis que confundem as cabeças e perturbam a sua devida compreensão.
Otavio Frias Filho, em seu artigo "Paulistas" (Opinião, pág. A2, 10/7), consegue enquadrar com rara felicidade o significado histórico daquele movimento, não cedendo nem à louvação oficial, nem ao injusto parcialismo de alguns historiadores, nem à pieguice do sentimentalismo bairrista.
Reconhece o essencial, ou seja, que a Revolução ultrapassou os limites estreitos da simples conspiração oligárquica e conquistou o respaldo das massas com uma mobilização ideológica inédita entre nós.
Mas é no final do texto que está a maior novidade: "Ela foi inovadora num aspecto que chamaríamos midiático, com o uso intensivo do rádio, da imprensa, da música e do cartaz modernista". Eis uma percepção original."
Gilberto de Mello Kujawski (São Paulo, SP)

Jornal
"Há mais de dez anos deixei de ler o "Estadão" por achá-lo um jornal tendencioso. Hoje, ler a Folha está causando-me asco devido à linha editorial adotada, linha que apenas denigre a imagem do atual presidente. Se o jornal não puder, ou não quiser, colaborar para que o Brasil saia do lodo em que se encontra, que ao menos não atrapalhe.
Desejo sucesso à Folha e que ela permaneça no mercado de comunicações para que, ao final do oitavo ano de governo Lula, o jornal, em Primeira Página, enalteça aquele que terá sido o melhor presidente do Brasil.
A Folha, sem dúvida, possui a melhor equipe de articulistas e colaboradores do país -e eu os tinha como imparciais e pensava que seus textos expressassem suas opiniões únicas, particulares e sinceras.
Não dá para entender por que hoje todos seguem a mesma linha de raciocínio de criticar o atual governo."
Geraldo Fernandes (Araraquara, SP)

Estrela solitária
"Enquanto os três clubes cariocas que participam da série A do Campeonato Brasileiro (Fluminense, Vasco e Flamengo) fazem um papel ridículo, abaixo da crítica, o meu Botafogo brilha na liderança da série B, dando para nós a esperança de retorno à elite do futebol para o ano que vem.
Mesmo com o desprestígio e a humilhação de disputar a segunda divisão, nosso glorioso clube da estrela solitária parece estar convencido de que ali não é o seu lugar e quer sair imediatamente da situação incômoda em que foi colocado por incapacidade administrativa e por um monte de cabeças-de-bagre que desonravam a maravilhosa camisa alvinegra."
Fernando Al-Egypto (Petrópolis, RJ)

Opções
"Muito interessante a tese do senhor Marcio March Garcia ("Painel do Leitor", 9/7) a respeito da "não-opção" na Previdência por parte dos funcionários públicos. No momento em que se discutem as diversas "opções" de extorquir e de retirar direitos dos funcionários públicos e dos aposentados, acredito que poderia ser colocada em discussão a opção de os servidores simplesmente deixarem de contribuir para a Previdência dita pública.
O Estado tem de parar com essa mania de querer ser o "paizão" e o mentor dos funcionários públicos. A história mostra, com números, que o governo é um péssimo gerente dos recursos captados via desconto nos contracheques para o custeio das aposentadorias. A proposição do senhor Garcia é pertinente.
Pergunto: por que o governo petista não inclui no texto da sua proposta de reforma da Previdência um dispositivo facultando aos servidores públicos a escolha de contribuir ou não para a Previdência pública?"
Floro Sant'Ana de Andrade Neto (Maceió, AL)


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