São Paulo, sexta-feira, 14 de agosto de 2009

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Editoriais

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Mudança na Infraero

A POSSE de Murilo Marques, novo presidente da Infraero, estatal responsável pelos 67 aeroportos do país, é o desfecho de uma queda-de-braço com o próprio partido, o PMDB, da qual saiu vencedor o ministro da Defesa, Nelson Jobim -que patrocinou a indicação de Marques.
Após demissões de apadrinhados e parentes de políticos e redução de funcionários contratados sem concurso -em uma faxina promovida pelo brigadeiro Cleonilson Nicácio, também indicado por Jobim-, caciques do PMDB, aliado do presidente Lula, se insurgiram, em mais uma demonstração de desfaçatez.
O objetivo de Jobim é a propagada abertura de capital da estatal, cuja iminência se anuncia de tempos em tempos.
Vencida a batalha contra o clientelismo aeroestatal, a Infraero agora terá de atravessar mais um período turbulento. Precisa resolver questões fundamentais para evitar um colapso, por conta do aumento constante da demanda doméstica e da Copa do Mundo de 2014.
O próprio Marques afirma não faltar dinheiro para que o esforço de melhoria da malha aeroportuária seja de fato empreendido. O fulcro do problema, no entanto, está mais no governo federal do que na empresa.
A mudança do modelo de gestão dos aeroportos, que sob variadas formas e em diferentes graus tem apoio no Poder Executivo, não anda. A construção do terceiro terminal do aeroporto de Guarulhos, segundo Marques, só ocorrerá em longo prazo. A obra do trem que o ligaria à capital foi embargada pela Justiça.
O aproveitamento do aeroporto de Viracopos como saída para a saturação de Congonhas e Guarulhos depende de uma orquestração de melhorias no transporte até a região, como o trem-bala, que por enquanto não passam de promessas.


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