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Editoriais
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Mudança na Infraero
A POSSE de Murilo Marques,
novo presidente da Infraero, estatal responsável
pelos 67 aeroportos do país, é o
desfecho de uma queda-de-braço com o próprio partido, o
PMDB, da qual saiu vencedor o
ministro da Defesa, Nelson Jobim -que patrocinou a indicação de Marques.
Após demissões de apadrinhados e parentes de políticos e redução de funcionários contratados sem concurso -em uma faxina promovida pelo brigadeiro
Cleonilson Nicácio, também indicado por Jobim-, caciques do
PMDB, aliado do presidente Lula, se insurgiram, em mais uma
demonstração de desfaçatez.
O objetivo de Jobim é a propagada abertura de capital da estatal, cuja iminência se anuncia de
tempos em tempos.
Vencida a batalha contra o
clientelismo aeroestatal, a Infraero agora terá de atravessar
mais um período turbulento.
Precisa resolver questões fundamentais para evitar um colapso,
por conta do aumento constante
da demanda doméstica e da Copa
do Mundo de 2014.
O próprio Marques afirma não
faltar dinheiro para que o esforço de melhoria da malha aeroportuária seja de fato empreendido. O fulcro do problema, no
entanto, está mais no governo federal do que na empresa.
A mudança do modelo de gestão dos aeroportos, que sob variadas formas e em diferentes
graus tem apoio no Poder Executivo, não anda. A construção do
terceiro terminal do aeroporto
de Guarulhos, segundo Marques,
só ocorrerá em longo prazo. A
obra do trem que o ligaria à capital foi embargada pela Justiça.
O aproveitamento do aeroporto de Viracopos como saída para
a saturação de Congonhas e Guarulhos depende de uma orquestração de melhorias no transporte até a região, como o trem-bala,
que por enquanto não passam de
promessas.
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