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FERNANDO RODRIGUES
Três pontos
BRASÍLIA - As pesquisas Datafolha
publicadas hoje confirmam as tendências desenhadas ao longo do
primeiro semestre. A força de Lula
impulsiona Dilma Rousseff cada
vez mais. Nos governais estaduais,
quem está no poder (com as exceções de praxe) tem chance real de
ficar onde está -seja o PT na Bahia
ou o PSDB em São Paulo.
A dúvida a partir de agora passa
a ser o efeito da propaganda eleitoral sobre as campanhas. O político
em desvantagem sempre fala em virada com a temporada de 45 dias de
comerciais em rádio e TV, a partir
de terça-feira que vem.
Viradas pós-TV existem, mas são
pontos fora da curva e não uma regra certeira. Nas últimas eleições
presidenciais, quem saiu na frente
no início do horário eleitoral não
perdeu mais. A dúvida é sempre se
haverá um segundo turno (como
em 2002 e 2006, com Lula) ou se as
coisas se resolvem no primeiro turno (casos de 1994 e 1998, com Fernando Henrique Cardoso).
Hoje, segundo o Datafolha, Dilma Rousseff (PT) está com 41% contra 33% de José Serra (PSDB). Mais
do que os oito pontos de vantagem,
a petista ganha do tucano em quase
todos os estratos socioeconômicos
mais numerosos.
Parece estar se consumando a
profecia do PT segundo a qual a vitória de Dilma viria quando os eleitores a identificassem mais como
candidata de Lula. Por enquanto,
toda vez que a imagem de Dilma
mais se cola à de Lula, ela sobe nas
pesquisas de opinião.
Se a eleição fosse hoje, Dilma
precisaria de mais três pontos percentuais para tentar uma vitória no
primeiro turno. Quem impede esse
cenário é Marina Silva (PV) com
seus estáveis 10%. Os candidatos
pequenos continuam sendo só uma
promessa, pois não pontuam. Plínio Sampaio (PSOL) foi até agora
um sucesso na internet, mas não
transbordou para a vida real.
Tudo considerado, há uma tendência na praça. Dilma está em alta. Serra está em baixa.
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
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