São Paulo, sábado, 14 de setembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Experiências
"Sempre reservei o sagrado direito do voto como instrumento de fortalecimento da democracia e das suas instituições e procuro sempre analisar as propostas apresentadas pelos candidatos antes de me decidir por um ou por outro. Após descartar as propostas inexequíveis, as de difícil execução e as idiotas, decido-me, não sem receio, pelos candidatos que julgo mais aptos a exercer o mandato nas condições que os cargos impõem. Mas, sistematicamente, após as eleições, os meus receios sempre se transformam em realidade crua e cruel, pois nada mais me resta fazer a não ser esperar as próximas eleições. Minha indignação se consolida quando observo que a grande maioria dos eleitos passa a cometer o pecado da soberba -quando não comete outros pecadilhos mais picantes! Será que passarei a minha vida toda fazendo experiências?"
Antônio Paulo Ramos (Campo Grande, MS)

Licitação
"Em relação à reportagem "Petrobras rebate Lula e afirma que estrangeiros devem vencer licitação" (Eleições 2002, pág. especial 3, 13/9), na qual fui o único executivo da empresa ouvido pelo repórter Chico Santos, esclareço que em nenhum momento fiz essa afirmação ao longo de entrevista de quase uma hora dentro do enfoque proposto na pauta da reportagem -que era essencialmente técnico, e não político. Cabe também outro reparo. Diferentemente do que informou a reportagem, não "lancei dúvida" sobre ser ou não economicamente viável um estaleiro suspender trabalhos em andamento para investir em mudanças estruturais com o objetivo de fazer as plataformas. Disse, isso sim, que essa é uma análise que cada um deve fazer."
Irani Varella, diretor de Serviços da Petrobras (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação - Sobre o diretor da Petrobras ter declarado que estrangeiros devem vencer a licitação, leia a seção "Erramos", abaixo.

Limites
"A prepotência dos EUA, que até uma década atrás sofria uma certa contenção por parte da União Soviética, atualmente transborda todos os limites. Essa história de invadir uma nação soberana, no caso o Iraque, sob a alegação de que ela representa uma ameaça potencial contra os Estados Unidos, no outro lado do mundo, extrapola todos os limites do convívio civilizado entre as nações. O precedente da tentativa de derrubada do democraticamente eleito presidente Hugo Chávez, da Venezuela, grande fornecedor de petróleo aos Estados Unidos, que ousou elevar os preços do principal produto nacional, e o fato de o Iraque ser o segundo maior detentor de reservas de petróleo do mundo desmascaram as alegações norte-americanas e colocam o governo daquele país na lista dos maiores vilões da história."
Nayde Ribeiro de Carvalho (São Paulo, SP)

Caos
"O ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, deve aos brasileiros uma explicação sobre o caos em que se encontra a segurança pública no Estado -revelado na última barbaridade perpetrada pelo crime organizado ao tomar Bangu 1 e fechar o comércio em nove bairros. Colocar a culpa em Benedita da Silva é a pior maneira de enfrentar o problema."
João Franzin (São Paulo, SP)

Embalagens
"A Nestlé do Brasil esclarece, em relação à reportagem "Indústria continua a "maquiar" produtos" (Dinheiro, 12/9), que não são verídicas as afirmações de que a empresa praticou tal ato. A Nestlé reduziu o conteúdo das embalagens de biscoito, assim como diminuiu o seu preço, visando a tornar o produto mais competitivo no mercado. Todas as medidas necessárias para realizar a mudança foram tomadas: comunicação ao consumidor de forma clara e objetiva, com farto material em pontos-de-venda e avisos na embalagem do produto. A orientação da Nestlé ao comércio foi que os cartazes que avisavam sobre a alteração permanecessem expostos nos pontos-de-venda por, no mínimo, três meses. Além disso, para afirmar que "a empresa voltou a vender bolachas em embalagens de 200g", a reportagem pesquisou outros produtos que não tiveram seu peso alterado."
Carlos Faccina, diretor de Assuntos Corporativos da Nestlé Brasil (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Adriana Mattos
As informações a respeito da alteração dos preços foram obtidas com o DPDC (Departamento de Proteção aos Direitos do Consumidor) do Ministério da Justiça, que abriu processo administrativo contra a empresa em 2001 "por alterar o peso dos biscoitos de 200 gramas para 150 gramas sem informar os consumidores". Quanto aos preços, listas com reduções nos preços de venda ao varejo, obtidas pela Folha, não apontaram essa redução nos preços dos produtos.

Terceirização
"Parabenizo o jornalista Luís Nassif por sua coluna de ontem ("Um modelo para os presídios", Dinheiro, pág. B3), a respeito do precário e falido sistema carcerário do país, não por discutir meramente as já tão conhecidas arbitrariedades e privilégios de alguns -poucos- presidiários, mas, sim, por incentivar os órgãos responsáveis pelo sistema a analisar o excelente modelo de terceirizar os presídios. Esse sistema possibilitaria, a médio e a longo prazos, sanar ou amenizar drasticamente o problema das prisões, trazendo benefícios tanto para o sistema quanto para a reintegração dos encarcerados na sociedade."
Marcos S. Luiz (São Paulo, SP)

Problemas
"Dizer que os judeus são um problema para os árabes e muçulmanos desde sempre e que isso é fruto de uma "cultura política doentia e demente" revela uma profunda ignorância sobre o islã (Mundo árabe está em guerra com EUA", Mundo, pág. A12, 11/9). Não houve problemas entre esses dois grupos até a criação de Israel numa terra habitada por palestinos -daí a justificada revolta do mundo após mais de 50 anos de ocupação israelense. O articulista Nelson Ascher prefere não mencionar a ocupação e dizer que Israel "ressurgiu no século 20", sem mencionar que a convivência até esse período era exemplar. Uma teoria conspiratória que coloca os militares de Israel como vítimas realmente precisa desconsiderar pormenores, como cercos, crise de desnutrição provocada pela impossibilidade de acesso à água e a alimentos, bombardeios e expansionismo por meio de assentamentos. É preciso condenar toda forma de terrorismo para que realmente venha a paz!"
Ali Shekr (Belo Horizonte, MG)



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