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Efeitos da incúria
JÁ SE PASSOU um ano desde que
foi detectado o ressurgimento de focos de febre aftosa em
rebanhos bovinos e suínos de
Mato Grosso do Sul e do Paraná.
Os efeitos do fenômeno -causado por evidente falha das instituições oficiais incumbidas do
controle sanitário, que descuraram das imprescindíveis ações
de prevenção e fiscalização-
ainda se fazem sentir com força.
Em resposta à infecção, 59 países importadores impuseram
barreiras à entrada de carne brasileira. Destes, até o momento,
apenas dois, o Chile e a Rússia,
reduziram tais barreiras -mas
não chegaram a eliminá-las.
A razão é simples e reconhecida pelas autoridades brasileiras:
de acordo com o secretário de
Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, o Brasil
não pode exigir uma reabertura
completa dos mercados porque
não tem como demonstrar que
solucionou todos os problemas.
Devido às restrições em tantos
mercados, as exportações brasileiras de carne bovina e suína,
que se mantinham em forte alta,
perderam dinamismo. O volume
exportado de carne bovina, que
até setembro de 2005 se expandia a taxas da ordem 30%, deverá
fechar 2006 perto de uma estagnação. Já as exportações de carne suína, que cresciam mais de
60%, este ano experimentam
queda da ordem de 20%.
Os prejuízos se estendem aos
cofres públicos. Só com indenizações aos pecuaristas que tiveram animais sacrificados, o Tesouro Nacional gastou mais de
R$ 23 milhões. E houve perda de
arrecadação não só na esfera federal mas também nos Estados.
A volta da doença evidenciou a
necessidade de ampliar as ações
de defesa agropecuária. A promessa é que tais ações contem
com o melhor orçamento da história em 2007. A conferir.
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