São Paulo, sábado, 14 de outubro de 2006

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FERNANDO RODRIGUES

O comando da Câmara

BRASÍLIA - Mais do que formar a sua base de apoio para o próximo mandato, o presidente da República eleito terá de se preocupar com os comandos das duas Casas do Congresso. Os presidentes do Senado e da Câmara serão escolhidos, como manda a regra, no final da primeira quinzena de fevereiro.
No Senado está quase tudo resolvido. O PMDB deverá manter a maior bancada na base da cooptação. O atual presidente, o peemedebista Renan Calheiros, é o favorito para ficar com a cadeira.
O buraco negro é a Câmara. Depois de um traumático Severino Cavalcanti (PP-PE) e seu "mensalinho", acabou escolhido Aldo Rebelo (PC do B-SP). Foi uma emergência. A tradição manda que o presidente seja da maior bancada. Em 2007, esse título caberá ao PMDB, com seus 89 eleitos. O PC do B só terá 13 cadeiras em 2007.
Ocorre que o PMDB já terá a presidência do Senado. Outra tradição interna no Congresso tem sido a de não liberar o controle total do Parlamento para um único partido. Nesse caso, a sigla preterida acaba se dando bem com o governo de turno, recebendo alguns ministérios. No PMDB já há, pelo menos, três pretendentes claros à presidência da Câmara: Eunício Oliveira (CE), Geddel Vieira Lima (BA) e Jader Barbalho (PA).
No PT, a segunda maior bancada da Câmara, um punhado de deputados está de olho no cargo. Arlindo Chinaglia (SP), José Eduardo Cardozo (SP) e Walter Pinheiro (BA) são os mais visíveis.
Com o discurso público de não intervenção, caberá ao presidente da República arbitrar a disputa. Se der a lógica e Lula for reeleito, nada impede o petista de desejar manter Aldo Rebelo. Será a saída possivelmente menos traumática. Mas faltarão ministérios para acomodar a enorme lista de descontentes.


frodriguesbsb@uol.com.br

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