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PAINEL DO LEITOR
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Profissão: professor
"Feliz o colunista Ruy Castro ("Ao
mestre, com desprezo", Opinião,
ontem).
Com as nossas leis, basta um cidadão reclamar da forma de abordagem de um policial e será preso
por desacato à autoridade. Mas, na
escola, o professor é xingado e, com
a conivência do sistema, nada acontece com o agressor.
No teatro, se o celular toca, os
atores param o espetáculo e todos
incriminam o infrator. Na escola,
nem se cogita pôr limites ao abuso
dos alunos com a parafernália eletrônica nas salas de aula. Em um
show musical, se tudo não estiver
ao gosto dos artistas, inclusive o piso para a "bailarina" rebolar o traseiro, não há apresentação. Na escola,
nada funciona e, se há greve, a polícia reprime, a Justiça decreta ilegal,
o Ministério Público intimida os
professores...
E assim a educação "avança", com
a ideia de que o aluno pode tudo,
menos cumprir com suas obrigações de estudante."
BEZALEEL GONÇALVES GUIMARÃES (Boa Vista, RR)
ANS
"O presidente Lula deveria envergonhar-se da atuação da Agência
Nacional de Saúde Suplementar
(ANS), que agora está contratando
diretores de operadoras de saúde
privadas, conforme noticiado na reportagem "Planos de saúde podem
ser maioria na ANS, que os vigia"
(Cotidiano, 10/10).
Como pode um governo sério
agir dessa maneira?
Tenho um processo na ANS contra a Amil Saúde que não sai da gaveta há sete anos. Ninguém julga,
apenas engavetam. Agora parece
estar ficando claro o porquê."
ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP)
Clima
"O professor José Carlos de Azevedo, meu amigo e baluarte de causas conservadoras, é classificado
como um cético quanto à emissão
de gases de efeito estufa (GEE) como causa do aquecimento global.
No artigo intitulado "Nem ele
acredita" ("Tendências/Debates",
ontem), ele critica meu texto de
23/9, também publicado na Folha.
Bertrand Russel, em seu "Skeptical Essays", defende o que chama de
"ceticismo racional" e que obedeceria a três regras simples, sendo a
primeira assim expressa: "Quando
especialistas concordam, a opinião
oposta não pode ser aceita como
correta". Nessas condições, o professor Azevedo não pode ser considerado um cético, mas, antes, um
"crente".
Sempre que deparo com a afirmação dogmática de um crente na
dissociação entre aquecimento global e emissões de GEE, me lembro
de uma anedota. João diz a José:
"Tua mulher anda te traindo com
teu vizinho". José não acredita, mas
aceita vigiar a esposa. Na porta de
um motel, os dois amigos veem
chegar a esposa e, logo depois, o vizinho. "Coincidência", diz José.
Duas horas depois, saem juntos, de
mãos dadas, a esposa e o vizinho.
"Ora, nada prova que houve penetração", diz José, cheio de fé na fidelidade conjugal.
Pois bem, o professor Azevedo,
líder da seita denominada "Com Jesus no Paraíso do Petróleo e do
Carvão", nunca será convencido de
que a emissão desenfreada de GEE
irá comprometer o "paraíso" de seus
netos. É uma questão de fé. E, portanto, temos que respeitá-la."
ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE , professor emérito da Unicamp (Campinas, SP)
Cuba
"A cubana Yoani Sánchez, que
ganhou fama mundial ao publicar
o seu blog Generación Y (www.desdecuba.com/generaciony),
teve seu pedido de visto de saída
-sim, de saída- negado para vir ao
Brasil para o lançamento de seu livro "De Cuba, com Carinho". E não
foi a primeira vez.
Sempre imaginei que fosse necessário visto de entrada para um
país estrangeiro, e não de saída.
Vai ver que na "democracia" cubana é diferente. Mas os caudilhos da
ilha não precisariam se preocupar,
bastando lembrar o episódio dos
boxeadores cubanos à época do
Pan-Americano do Rio.
Certamente, os nossos ilustres
brasileiros que tanto defendem o
regime castrista, a começar por
nosso presidente, vão interferir e
recriminar esse ato despótico.
Ou não?"
LUIZ NUSBAUM (São Paulo, SP)
México-70
"Trinta e nove anos depois, o jogador Tostão diz em sua coluna
"Prêmios e homenagens" (Esporte,
11/10) estar arrependido de ter recebido o carro que a Prefeitura de
São Paulo lhe deu, amparada em lei
aprovada pela Câmara Municipal,
como prêmio pela conquista do tricampeonato mundial de futebol.
E acrescenta que "ainda bem que
Paulo Maluf, prefeito na ocasião,
foi obrigado a devolver o dinheiro
do prêmio".
Não é verdade. O Supremo Tribunal Federal considerou a premiação legal, e Maluf não precisou
devolver nada.
Já que Tostão está arrependido,
por que não doa o valor do carro
(atualizado, é claro) a uma instituição de caridade?"
ADILSON LARANJEIRA assessor de imprensa de
Paulo Maluf (São Paulo, SP)
Exportações
"A reportagem "Brecha permite
fraude em exportações" (Dinheiro,
ontem) esboça um perfil grosseiro
do controle aduaneiro de cargas na
exportação. A Receita Federal em
São Paulo informa o que segue:
1. O controle aduaneiro dá-se antes, durante e após - e não apenas
durante os procedimentos de despacho aduaneiro; 2. Embora não
comente suas estratégias de fiscalização, a Receita informa que leva
em conta, ao selecionar uma carga,
não apenas o destino e o tipo de
mercadoria declarada; 3. A parametrização em canal verde não é sinônimo de falta de fiscalização; 4. Não
há, portanto, falta de fiscalização
ou fiscalização insuficiente; 5. A reportagem despreza que cargas são
submetidas a métodos de inspeção
não invasiva (scanners de raio-X)
que permitem confrontar declarações com o real conteúdo das cargas e despreza que as cargas são
aleatoriamente submetidas a fiscalizações."
VITOR CASIMIRO , serviço de comunicação da Receita Federal em São Paulo (São Paulo, SP)
Resposta das jornalistas Claudia Rolli e Fátima Fernandes -
A Superintendência da Receita
Federal em São Paulo foi procurada durante toda a semana
passada pela Folha e
foi informada, por meio de sua
assessoria de imprensa, que caberia à Receita Federal em Brasília se pronunciar sobre o caso,
o que foi feito.
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