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EMÍLIO ODEBRECHT
Missão cumprida
Há exatos dois anos, incluí
no meu rol de compromissos o
encontro dominical com os
leitores desta Folha, o que me
trouxe especial satisfação.
O primeiro destes encontros
ocorreu no dia 16 de novembro de 2008 e desde então procurei, a cada semana, refletir e
provocar o debate de temas
que me pareceram importantes para o Brasil. Mas chegou a
hora de parar. Essa decisão foi
motivada pelo reconhecimento de que a renovação é uma
das marcas da Folha, o que ficou evidenciado com o lançamento, no último mês de
maio, do novo projeto gráfico
e editorial e com a chegada de
novos colaboradores, que se
revezam nos cadernos do jornal.
Um dos pilares de meu pensamento é a irrefutável crença
de que o exercício da cidadania pressupõe a capacidade de
interpretar os fatos e denunciar o que está errado, mas,
acima de tudo, implica disposição para agir e transformar.
Contemplar o mundo, simplesmente, não altera a vida.
Também não vamos nos distinguir nem atingir o topo, e lá
permanecer, seguindo velhas
fórmulas. Precisamos inovar e
ter ousadia para mudar o que
precisa ser mudado.
Por isso, ao longo destes 24
meses, quis deixar, em cada
artigo, uma mensagem útil para quem o lesse. Busquei
transmitir, sempre, uma visão
otimista do futuro, realçando
a confiança na possibilidade
de construção de uma sociedade mais justa e na promoção do desenvolvimento em
harmonia com a preservação
do meio ambiente.
Felizmente, e ao contrário
do que inicialmente imaginava, o ato de escrever em um
grande jornal é também uma
oportunidade de diálogo. As
manifestações dos leitores,
pelos mais diferentes meios,
me trouxeram novas formas
de ver a mesma questão, inspiraram outros artigos, aclararam muitas de minhas percepções.
Dentre os assuntos que
abordei, sem dúvida a educação foi o que mais despertou
interesse e ensejou reações. Isso é alvissareiro. Significa que
o tema entrou definitivamente
nas agendas das pessoas responsáveis deste país. Precisamos, agora, fazer acontecer o
que precisa ser feito para que
as novas gerações de brasileiros vivam em uma nação sustentável.
A imagem que eu desejo
que fique dessa nossa convivência é a de um empresário
que observa, reflete, aprende,
compartilha os conhecimentos que adquire e está permanentemente insatisfeito com o
que já foi conquistado, seja
por sua empresa, seja por seu
país.
Obrigado a todos os leitores
pela companhia e à Folha pela oportunidade que me deu
de servir ao Brasil e aos meus
conterrâneos de um modo diferente do que sempre fiz.
EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos
nesta coluna.
emilioodebrecht@uol.com.br
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