São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2008

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CARLOS HEITOR CONY

Planeta selvagem

RIO DE JANEIRO - Uma pergunta que já foi feita e até agora não teve resposta que explicasse o mundo: é o homem que faz a história ou é a história que faz o homem? No dia-a-dia miúdo das coisas, tem-se a impressão de que os homens, em determinadas circunstâncias, conduzem o complicado samba-enredo da humanidade, freqüentemente atravessado, ora pela bateria, ora pelos puxadores do canto.
Os entendidos costumam atribuir os grandes lances da história a personalidades fortes que, de alguma forma, mudaram, não necessariamente para melhor, os destinos da humanidade. Os filósofos gregos, os generais da Antigüidade (Alexandre, Aníbal, César), os líderes religiosos (Moisés, Cristo, Maomé, Lutero), os grandes pensadores (Sócrates, Pascal, Montesquieu, Marx) ou até mesmo os grandes artistas (Homero, Dante, Voltaire, Shakespeare).
Tudo bem, ao longo do tempo são escritos milhares de ensaios e teses puxando a sardinha para cada lado do pensamento. A história seria a conseqüência dos grandes homens, que em geral são considerados os "construtores do mundo". Existe consenso em certos nomes, controvérsia em outros, mas a idéia central é a de que o homem e seu plural (os homens) são os autores da história.
Há uma série de documentários na televisão que é dedicada ao "Planeta Selvagem". Os dinossauros não foram exterminados pela ação do homem nem de qualquer governo. As condições ambientais determinaram o aparecimento de outras espécies, inclusive a espécie humana, objeto, e não sujeito, do universo em que vive.
Pulando da pré-história para os tempos atuais, bastam um terremoto, uma inundação, um furacão substancial -e tudo isso, junto ou separadamente, nos transforma em dinossauros potenciais, esperando a hora definitiva da extinção.


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