São Paulo, terça-feira, 15 de janeiro de 2008

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Preços e juros

A INFLAÇÃO oficial, medida pelo IPCA, registrou alta de 4,46% em 2007, bastante próxima ao centro da meta, que é de 4,5%. A elevação dos preços foi puxada pelos alimentos, que ficaram 10,79% mais caros. A alimentação contribuiu com cerca de metade do índice. Essa alta reflete uma demanda doméstica e mundial aquecida, problemas na oferta de alguns produtos e o uso crescente de áreas de lavouras para a produção de combustível.
Os analistas econômicos projetam uma taxa de inflação de 4,29% para 2008, segundo o boletim "Focus". Permaneceria, assim, abaixo do centro da meta.
O BC interrompeu a queda da taxa de juros básica em 11,25% em setembro do ano passado. No mercado futuro da BM&F, no entanto, houve leve alta dos juros para os grandes tomadores. Os contratos sinalizam juros de 12,72% para janeiro de 2010.
O aumento do IOF, para compensar em parte o fim da CPMF, pode resultar em um aumento estimado entre 1% e 1,5% na taxa de juros dos empréstimos. Esse cenário de juros mais altos, associado com a perspectiva de desaceleração dos países desenvolvidos, deverá implicar queda da taxa de crescimento do país de cerca de 5,3%, no ano passado, para 4,5%, em 2008, contendo as pressões sobre os preços.
As autoridades econômicas deveriam, no entanto, preservar e ampliar os investimentos públicos e privados, sobretudo, em infra-estrutura. Como se explicitou nas últimas semanas, os gargalos na infra-estrutura ameaçam a sustentação do crescimento. Isso requer, portanto, a contenção dos gastos de custeio do setor público federal, que crescem a mais de 10% ao ano.


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