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São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

SUS
"Em relação ao artigo "SUS: mitos e resultados" ("Tendências/Debates", pág. A3, 10/2), esclareço que os hospitais filantrópicos são minoria no universo da rede hospitalar conveniada ao SUS. Essas instituições, classificadas como "entidades especiais" pelo Ministério da Saúde, gozam de benesses como linhas especiais de crédito do BNDES e facilidades para a importação de equipamentos. Os serviços de oncologia recebem tratamento diferenciado no SUS e vêm tendo os seus valores devidamente revistos e atualizados. O restante da rede conveniada recebe remuneração bem abaixo da realidade dos custos. Hoje, 80% da rede do SUS é composta por pequenos hospitais -de até cem leitos-, localizados em regiões longínquas. A realidade vivida pelo Hospital do Câncer não espelha aquela observada na maioria das unidades privadas de saúde que prestam serviços ao SUS."
José Carlos Abrahão, presidente da Feherj -Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ)

 
"Parabenizo o professor Ricardo Renzo Brentani pelo artigo "SUS: mitos e resultados". Realmente é um mito acreditar que hospitais que atendem o SUS fecham "no vermelho" e que pacientes do SUS levam as instituições à falência. Quem não faz um bom gerenciamento dos recursos e não tem transparência na prestação de contas se vale desse argumento para justificar a ineficiência. Na maioria dos casos, a alta cúpula desses mal gerenciados estabelecimentos teima em não ouvir seus assessores técnicos diretos quando eles os alertam sobre as correções que devem ser feitas para tornar a administração mais eficiente. Digo isso embasada em quase 18 anos de trabalho como contadora hospitalar em entidade filantrópica."
Wadyr Elis de Godoy (Campinas, SP)

Verba esportiva
"A reportagem "Com corte de verbas, Lula iguala ministério ao COB" (Esporte, pág. D1, 14/2) incorre em grave erro ao afirmar que "enxugamento orçamentário de 88% deixa comitê olímpico com maior fatia do bolo e restringe os investimentos destinados a programas voltados para a população carente". O primeiro erro está em vincular os recursos da Lei Agnelo/Piva ao orçamento do Ministério do Esporte. A própria reportagem diz, rapidamente, que a Lei Agnelo/Piva destina porcentagem da arrecadação das loterias da Caixa Econômica Federal. Em segundo lugar, a reportagem da Sucursal da Folha em Brasília esteve no último dia 12 na sede da Confederação Nacional da Indústria, onde foi anunciada a primeira grande parceria para a implementação do programa de inclusão social, por meio da prática de esportes, de 1 milhão de crianças carentes somente neste ano. Uma informação que não foi repassada aos leitores deste jornal e que contradita cabalmente a referida reportagem publicada ontem."
Eduardo Balduino, chefe-de-gabinete do ministro do Esporte (Brasília, DF)

Nota da Redação - A reportagem mostrou que, com os cortes anunciados pelo Planalto, o Comitê Olímpico receberá mais dinheiro público (R$ 50 milhões, estimados) do que o Ministério do Esporte (R$ 43 milhões). Ou seja, o esporte de rendimento terá mais recursos do que os programas de inclusão social, anunciados como prioridade na campanha eleitoral.

Cinema nacional
"Estou orgulhosa do cinema brasileiro após assistir ao filme "Deus é Brasileiro". É um filme de extremo bom gosto, com um senso de humor delicioso e um roteiro sensacional. Chega de filmes que só mostram o lado ruim do Brasil e do povo. O Brasil tem muitos defeitos -como o resto do mundo-, mas chegou a hora de mostrar o lado lindo do país."
Elaine Cristina Martins (São Paulo, SP)

Publicidade
"É um absurdo a aprovação do novo projeto de lei que permitirá a disseminação de anúncios publicitários maiores e ainda mais chamativos pela cidade de São Paulo. Até quando o interesse do mercado vai se sobrepor à qualidade de vida da população? Até quando o governo estará a serviço de interesses que desconsideram a preservação e a recuperação das condições de vida dignas da população?"
Etienne Janiake Bartulihe (São Paulo, SP)

 
"A Lei da Paisagem Urbana, de minha autoria, que substituirá a lei 12.115/96, modifica profundamente a forma de tratar a mídia exterior no município de São Paulo, adotando novos conceitos e formas de encarar o padrão visual da cidade e novas metragens para cada tipo de inserção comercial (definindo e limitando, por exemplo, o espaçamento entre as peças publicitárias, o que inexistia). Por outro lado, ao manter os tópicos positivos da lei em vigor, a nova lei impede que aconteça uma mudança brusca, o que causaria um trauma em todos os envolvidos. O grande público não costuma tomar conhecimento desses detalhes, na medida em que eles são colocados como questões eminentemente técnicas. Na verdade, existem muitos outros fatores envolvidos além da "belezura" ou da feiúra da cidade, que são decorrentes da subjetividade de um determinado padrão estético e cultural. Trata-se, sim, de regulamentar uma atividade econômica que está nas ruas. Mas a questão de fundo, aqui, é tratar de ordenar uma realidade caótica e ofensiva. A publicidade exterior já existe, o que falta é discipliná-la, criar normas que possam ser cumpridas e fiscalizadas a contento."
Myryam Athie, advogada e vereadora pelo PPS (São Paulo, SP)

Nova guerra
"O artigo "Nova guerra, novas armas" ("Tendências/Debates", pág. A3, 12/2), escrito pelo general reformado Carlos de Meira Mattos, mostra de forma otimista e vitoriosa a nova invenção norte-americana de lançar mísseis que despejariam no território iraquiano bombas de microondas que provocariam colapso total nas ligações elétricas ou eletrônicas e imobilizariam rádios, computadores e telefones na área atingida. Só lamento que o senhor Mattos se tenha esquecido de que os hospitais, o Corpo de Bombeiros e os médicos estarão impossibilitados de prestar socorro e de salvar as vidas dos milhares de inocentes iraquianos atingidos por bombas e balas de pólvora. O general Carlos de Meira Mattos considera humanitária a bomba de microondas, que poderá provocar o colapso total nas ligações elétricas. Mas o mundo pede paz, e não novas técnicas menos genocidas de ataques bélicos."
Marcus Vinícius Lombardi dos Santos (Cotia, SP)


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