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O PSDB e a educação
O legado de três governos estaduais é um desastre, prova de que a prioridade tucana para o ensino não gerou projeto coerente
O ESTADO de São Paulo é
governado desde 1995
pelo PSDB, partido
que preza apresentar-se como arauto da eficiência na
administração pública. Seus líderes também
se destacam
como defensores de uma modernização da
educação, requisito da inserção no mercado global.
Apesar do discurso, sob gestão tucana a
qualidade do
ensino na rede
estadual piorou de modo acentuado.
Os números estão à vista no
Saeb (Sistema de Avaliação da
Educação Básica), que examina a
cada dois anos, nacionalmente,
os alunos de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e os da 3ª série
do ensino médio. Seja em língua
portuguesa, seja em matemática,
o desempenho da rede oficial
paulista decaiu mais rapidamente que no restante do país.
A média nacional em matemática caiu de 253 para 240 pontos
(em 500 possíveis), de 1995 a
2005, na 8ª série de todas as redes (estaduais, municipais e privadas). Nas escolas estaduais de
São Paulo, estava um pouco acima (255) dessa média em 1995,
mas ficou aquém (230) em 2005.
Paulo Renato Souza, ex-ministro da Educação no governo
FHC, acompanha a sabedoria
convencional ao apontar a acelerada inclusão de alunos como
fulcro da queda na qualidade.
Com efeito, ter 97% das crianças
matriculadas no ensino fundamental é conquista cujo preço se
paga em piora no desempenho.
Para o ex-ministro, contudo,
isso explica somente a queda de
qualidade até 1999. Daí por diante teria havido "descontinuidades" entre as gestões de Mário
Covas e Geraldo Alckmin. Ambos do PSDB, partido de Paulo
Renato e José
Serra.
A secretária
da Educação
de Serra, Maria Lucia Vasconcelos, reagiu à divulgação dos dados
vergonhosos
anunciando a
redução de
quatro para
dois anos na
duração dos
ciclos no ensino fundamental.
Chancelou, desse modo, outra
explicação parcial, a progressão
continuada.
Rose Neubauer, secretária na
gestão Covas, acusou seu sucessor Gabriel Chalita de desmontar programas cruciais para a
progressão continuada funcionar. Chalita retorquiu dizendo
que a introdução dos ciclos foi
mal administrada por Neubauer
e culpou até a falta de envolvimento das famílias na educação.
Talvez todos esses próceres do
PSDB tenham um pouco de razão em seus diagnósticos. Não
resta dúvida, porém, de que sua
obra conjunta se resume a um
retumbante fracasso. Cabe agora
ao partido e ao governador José
Serra explicar como pretendem
consertar tamanho estrago.
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