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Por mais empregos
O PRESIDENTE Luiz Inácio
Lula da Silva tem até amanhã para decidir se sanciona ou veta a chamada emenda
três. Assim ficou conhecido o
dispositivo, incluído pelo Congresso Nacional no projeto de lei
da Super-Receita, que limita o
poder de auditores fiscais .
O respeito à lógica institucional e o bom senso econômico recomendariam a Lula manter o
mecanismo. Há, portanto, motivos para recear que não o faça.
A emenda só explicita aquilo
que a Constituição já estabelece,
ao definir a repartição dos Poderes, ao garantir que ameaças a direito não sejam excluídas da
apreciação do Judiciário e ao assegurar a todos o livre exercício
de atividade econômica.
É perfeitamente razoável que
um auditor fiscal esteja impedido de, por conta própria, desfazer pessoas jurídicas quando entender que o contrato de prestação de serviços encobre uma relação trabalhista. Se ele acha que
está diante de uma fraude, pode e
deve provocar a Justiça para que
esta dê seu veredicto. É assim
que funcionam as democracias.
O mundo das relações trabalhistas há tempos cobra mudanças. As garantias asseguradas ao
trabalhador pela CLT são hoje
um fator que inibe contratações.
A legislação oferece ao empregado com carteira assinada uma
boa rede de proteção, mas alija
contingentes cada vez maiores
de pessoas, que ficam sem trabalho ou na informalidade.
Os contratos de prestação de
serviços foram uma das maneiras que o mercado encontrou para lidar com o problema dentro
da lei. É tolice lutar contra isso.
Pior é a proposta do ministro
da Fazenda, Guido Mantega, de
compensar possíveis perdas de
arrecadação, por conta da eventual sanção da emenda, elevando
a carga tributária sobre prestadores de serviço. É acintoso que
o governo ainda cogite avançar
mais no bolso do contribuinte.
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