São Paulo, terça-feira, 15 de março de 2011

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PAINEL DO LEITOR

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Japão
Como alguém pode se referir ironicamente a um fato tão doloroso para todos nós? Não sou japonesa, mas fiquei horrorizada com a comparação do leitor Aldo Felicio Naletto Junior ("Painel do Leitor", 14/3), desrespeitosa a todos nós e ao nosso planeta. É fato comprovado pela ciência que desastres naturais são reações ambientais, que nós, consumidores, fazemos questão de acelerar. Destruímos a cada dia um pedacinho do planeta, e para toda ação há uma reação. Não peço para ninguém abandonar o conforto, a internet e o ar condicionado, mas seria bom se usássemos de forma racional os recursos ambientais.
NAIARA CRISTINA CARDOZO (Araraquara, SP)

 

Como colega e admirador, quero dizer algo sobre o João Montanaro e sua charge na Folha de sábado (12/3). Talvez tenha havido pressa no julgamento que alguns leitores fizeram, condenando o trabalho por um suposto desrespeito à dor humana num momento de tragédia.
No entanto, João revelou audácia, e não insensibilidade. Usando um ícone da cultura japonesa, ele nos remete a uma reflexão sobre contrastes: o milenar, permanente, sólido; e o instantâneo, devastador. A natureza e sua força imanente (presente na gravura de Hokusai), e a mesma natureza enquanto força agressiva. A beleza presente nos tufões e a beleza terrível do caos. Quem não experimentou esses sentimentos contraditórios vendo as imagens de carros e barcos boiando e se chocando como peças de Lego?
Esses sentimentos estão reconhecíveis na charge. E o autor se preocupou em não colocar nenhuma figura humana no desenho, sinal de que percebeu a gravidade do tema e a necessidade de localizar o comentário na esfera da relação entre a cultura humana com o meio ambiente. Note-se ainda a presença de uma usina nuclear entre as edificações atingidas. Isso é um alerta, e não um sinal de zombaria.
LAERTE COUTINHO, cartunista (São Paulo, SP)

 

Oportuna a manifestação do leitor Rubens M. Paranhos Bello (13/3) sobre a infeliz charge acerca da tragédia no Japão (12/3).
Acredito que a publicação se deu pela imaturidade do chargista, de 14/15 anos. Não sei se a falta de sensibilidade dos jovens de hoje é característica dessa faixa etária, mas, coincidência ou não, após a divulgação do trágico acontecimento, tive a oportunidade de ouvir de um grupo de jovens da mesma idade manifestações desrespeitosas e piadas de mau gosto sobre o evento e os japoneses. Felizmente, no dia 13, a Folha, num ato de "remissão", nos brindou com uma tocante charge do genial Jean.
CLAUDIO N. SHIMABUKURO (São Paulo, SP)

Universidades Na análise sobre a USP do sr. Hélio Schwartsman (Cotidiano, 10/3) há uma conhecida contraposição na história educacional: democratização versus qualidade. A ampliação do acesso a certos níveis de ensino, antes redutos privilegiados de seletos estratos sociais, é apontada como a responsável pela queda da qualidade do processo educacional.
Isso ocorreu com a ampliação do acesso ao ensino fundamental, ao ensino médio e, agora, o mesmo argumento surge quando se trata de ampliar o vergonhoso acesso ao ensino superior. No entanto, assim como crianças pobres não estragam a escola pública, o acesso de jovens das camadas populares a universidades públicas não compromete a qualidade do ensino das instituições.
Ao contrário, vários estudos têm mostrado que estudantes beneficiados por diferentes tipos de ações afirmativas possuem desempenho igual ou superior ao de seus demais colegas. Repetir que a democratização do ensino superior compromete a sua qualidade é falta de informação ou má-fé.
DÉBORA PIOTTO, professora da USP (Ribeirão Preto, SP)

Rodoanel
A Folha não estranha que o Rodoanel de Cuiabá, com 40 km, custe R$ 45 milhões, e o de S. Paulo, com 43 km, custe R$ 5 bilhões?
ROGÉRIO FERRAZ ALENCAR (Fortaleza, CE)

Irã
Excelente a "Entrevista da 2ª", com Ali Akbar Javanfekr, chefe de Imprensa do Irã (14/3). Ele foi direto ao assunto. Os EUA são os maiores violadores dos direitos humanos, juntamente com Israel, mas nunca são criticados ou condenados. Parabéns.
IAD IBRAHIM DAOUD (São Paulo, SP)

 

Muito infeliz a entrevista do sr. Ali Akbar Javanfekr, quando disse que o Holocausto não é uma realidade, pois não se permite o estudo do tema. É mister que este sr. seja informado das inúmeras provas e reconhecimentos existentes em todo o mundo, principalmente por parte dos alemães, principais executores do genocídio de judeus.
JOSÉ ALMIR TEÓFILO DE LIMA (Bragança Paulista, SP)

Semler
Muito ruim o artigo de Ricardo Semler (Saber, 14/3). Grosserias, agressão, distorções e equívocos.
Falta-lhe um mínimo de civilidade na forma. Quanto ao conteúdo, é um desastre. Não é aceitável que pessoas possam se apropriar do que pertence a outrem.
RUI DE ALMEIDA SOARES CAMPOS (Rio de Janeiro, RJ)

 

Mais uma vez, Ricardo Semler revela a sua competência em apontar o óbvio; como o interesse de alguns pode se sobrepor ao de uma maioria.
Presenciei uma dessas batidas na qual um desses "criminosos" que vendem CDs piratas foi "legalmente surrupiado" de algumas dezenas deles. Ousei me aproximar do criminoso e lhe perguntei sobre o valor do "bem apreendido". Recebi uma aula.
Ele realizava todo o trabalho, da produção à distribuição. Custo final: R$ 1,08 por CD. Por que o CD artesanalmente produzido a R$ 1,08 tem de ser vendido a R$ 40?
JUVENAL SETOLIN (Ribeirão Preto, SP)

Quadrinhos
Lamentável a tirinha do sr. Allan Sieber depreciando o teatro para crianças (Ilustrada, 12/ 3). Provavelmente ele não frequentou o teatro para crianças o suficiente para saber que este é muito importante para o desenvolvimento humano. Talvez o sr. Allan Sieber precise se informar mais a respeito em vez de debochar de forma preconceituosa daquilo que desconhece.
NADEGE FERREIRA RODRIGUES JARDIM (Blumenau, SC)

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