São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2011

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TENDÊNCIAS/DEBATES

Por uma Virada mais limpa

GILBERTO KASSAB


A prefeitura faz um grande esforço para ter uma Virada Cultural sem lixo no chão; como prefeito, peço a todos os cidadãos que façam a sua parte

A Virada Cultural tornou-se patrimônio da cidade de São Paulo.
Chega a sua sétima edição como uma prova do desejo do paulistano por compartilhar o espaço público e tomar posse do centro, que é tão querido por todos nós. A festa é de toda a cidade e dos seus milhões de frequentadores.
Vive-se na Virada o clima contagiante de uma festa múltipla e inclusiva, que promove o convívio entre classes, gerações e gêneros, com pessoas de todas as extrações unidas pela alegria dessa ocasião tão especial. É gostoso ver famílias inteiras andando em plena noite no centro, em meio a jovens e pessoas de todas as idades, aproveitando uma diversidade que só nossa cidade consegue oferecer.
A Virada que se realiza neste ano é muito especial. São mais de mil apresentações, todas gratuitas, distribuídas por 13 palcos e sete pistas, além das unidades do Sesc e dos CEUs. Os paulistanos terão a oportunidade de apreciar artistas consagrados, como Rita Lee, Paulinho da Viola, Dominguinhos, Marina Lima, Almir Sater, Mart'nália, Erasmo Carlos e o retorno da banda RPM com sua formação original.
Algumas das atrações internacionais são Armando Manzanero, Steel Pulse e Edgar Winter. Haverá ópera ao ar livre, com a Orquestra Sinfônica Municipal apresentando "I Pagliacci" no Pátio do Colégio.
A cidade da inovação vai ter a oportunidade de uma apresentação conjunta da Orquestra Experimental de Repertório com a banda de heavy metal Sepultura.
Pela primeira vez haverá um palco de stand-up comedy, com a apresentação de 28 artistas, entre eles Danilo Gentili, Rafinha Bastos e Marcelo Médici, que se apresentarão sob o viaduto do Chá.
Haverá, ainda, um ringue em que lutadores mexicanos e brasileiros de luta livre se apresentarão no Anhangabaú, entre muitas outras atrações de alta qualidade.
É dever do poder público cuidar para que a Virada Cultural seja melhor a cada ano. Neste ano, a Prefeitura de São Paulo decidiu enfrentar a questão do lixo com determinação. Nada menos do que 48 toneladas de lixo foram recolhidas da Virada Cultural do ano passado. Muito lixo foi jogado no chão, o que não combina com uma festa tão bonita.
Foram instaladas 4.900 lixeiras a mais nos 15 quilômetros de vias em que as atrações ocorrerão. A prefeitura garante que o cidadão terá sempre uma lixeira por perto para descartar o seu lixo.
Pela primeira vez, dez equipes de coleta seletiva atuarão durante a Virada Cultural, processando ainda na madrugada parte do lixo recolhido. Uma equipe de 3.300 homens e mulheres atuarão na varrição e na operação dos equipamentos que permitirão retirar o lixo produzido: 40 contêineres de 1.200 litros, 76 caminhões-carroceria, 30 caminhões-compactadores, 60 caminhões-pipa, seis caminhões-gaiola, 21 carros coletores.
A prefeitura faz um grande esforço para São Paulo ter uma Virada Cultural sem lixo no chão. Mas nada vai adiantar se as pessoas não colaborarem. Por isso, como prefeito, peço a todos os cidadãos que façam a sua parte.
As lixeiras estarão sinalizadas com um cartaz fixado nos postes.
Todo mundo vai poder ver onde jogar o lixo de forma correta. Os locutores da Virada vão lembrar as pessoas desse gesto de respeito com a cidade. Os artistas, certamente, também vão aderir a esse movimento de cidadania e pedir a participação de todos.
São Paulo deu uma grande demonstração da sua vitalidade no projeto Cidade Limpa. O que parecia impossível aconteceu: a cidade ficou livre de milhares de outdoors e cartazes que a deixavam feia.
Tenho confiança de que, na segunda-feira, o cidadão paulistano terá um motivo a mais de orgulho: o de viver em uma cidade que faz uma festa da grandiosidade da Virada Cultural sem sujar as ruas. Só depende de nós.

GILBERTO KASSAB, engenheiro e economista, é prefeito da cidade de São Paulo. Foi secretário municipal de Planejamento (gestão Pitta).

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