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O GOVERNO EM QUESTÃO
Luiz Inácio Lula da Silva nunca
esteve numa situação tão favorável na atual disputa sucessória quanto agora, segundo o Datafolha. O
isolamento do petista em primeiro
lugar, superando os 40% das intenções de voto, contrasta com a indefinição do segundo lugar. Neste momento, está em questão se o eleitorado dará ou não uma chance ao governo de disputar o segundo turno.
A queda de cinco pontos percentuais na preferência por José Serra
(PSDB) deixou-o em situação de empate técnico com Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS).
O ambiente financeiro está particularmente suscetível aos resultados
das pesquisas eleitorais. Lula tem
43% da preferência do eleitorado, enquanto as intenções de voto em seus
adversários somam 48%. Pela segunda vez consecutiva o petista cresceu na pesquisa. Mas isso não quer
dizer que Lula vencerá as eleições no
primeiro turno. Ainda é muito cedo
para esse tipo de prognóstico.
As candidaturas nem sequer foram
oficializadas pelos partidos. A divisão do tempo para propaganda gratuita no rádio e na TV, elemento fundamental para as estratégias eleitorais, ainda está indefinida. Nesse jogo, há uma série de variáveis que podem pesar na correlação de forças
entre o governismo e a oposição.
A exposição recente de Lula em horário nobre de TV, num programa
tecnicamente bem-feito, provavelmente terá favorecido seu desempenho na pesquisa. Serra também ocupou parte do tempo tucano na mídia.
Mas esteve às voltas com denúncias
contra seu ex-coletor de fundos eleitorais Ricardo Sérgio de Oliveira.
No início de maio de 1994, Lula disparava na pesquisa Datafolha, chegando aos 42% das intenções de voto. Fernando Henrique Cardoso detinha apenas 16% de apoio. O Plano
Real e a tessitura de uma ampla e sólida aliança de centro-direita inverteram o jogo em favor de FHC, que
venceu no primeiro turno.
No horizonte do governismo não
há catalisador de votos que possa assemelhar-se ao que foi o Real para
FHC. As condições para refundar
aliança de forças políticas tão ampla
como a que elegeu FHC tampouco
parecem repetir-se. Ainda assim, a
cinco meses do pleito, o ambiente
eleitoral continua bastante suscetível
a mudanças de curso.
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