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CONSUMO MAIS FRACO
Mais um indicador reitera o
diagnóstico de que a atividade
econômica já há algum tempo perde
fôlego. Trata-se, desta feita, do resultado relativo a abril, divulgado ontem, da pesquisa mensal do IBGE
que afere a evolução das vendas do
varejo em âmbito nacional.
O levantamento apurou que de
março para abril o comércio sofreu
pequeno recuo de vendas. Chamou a
atenção, em particular, a queda verificada em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e
bebidas -segmento que vende sobretudo bens de consumo básico.
Num contexto em que os investimentos estão em recuo -conforme
atestaram os números do PIB- e as
vendas de bens de consumo duráveis
desaceleram, um enfraquecimento
do consumo básico se afigura particularmente incômodo, por sugerir
uma debilitação generalizada do dinamismo do mercado interno.
A maioria dos indicadores recentes
relativos ao mercado de trabalho não
fazia antever o enfraquecimento do
consumo básico apurado pelo IBGE.
O desemprego segue em queda, embora lenta, e o poder de compra dos
trabalhadores, em trajetória de recuperação, também lenta e irregular.
É possível que o desgaste da confiança dos consumidores tenha contribuído para a retração. Corrobora
essa hipótese o fato de que desde
março a confiança dos consumidores paulistanos se encontra em queda -movimento que teve continuidade em junho, de acordo com pesquisa da Federação de Comércio do
Estado, também divulgada ontem.
Esses elementos agravam o clima
de apreensão acerca da atividade econômica. As expectativas do setor
produtivo e dos trabalhadores, deterioradas pela taxa de juros excepcionalmente alta, precisam receber um
alento antes que a onda de pessimismo ganhe impulso. É fundamental
que o Banco Central, ao deliberar,
hoje, a respeito da taxa de juros, leve
isso em consideração.
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