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O IMPÉRIO DO TERROR
Um terrorista suicida explodiu ontem uma bomba na cidade iraquiana de Kirkuk, provocando a morte de 22 pessoas e ferindo
mais de 80. Eventos como esse se tornaram uma triste realidade no Iraque. Não há praticamente dia sem
que estoure um artefato no país tirando a vida de inocentes. Freqüentemente, esses ataques assumem
grandes proporções, originando várias dezenas de vítimas.
É difícil precisar quantos civis iraquianos morreram desde o início da
intervenção norte-americana. Neste
mês, o governo iraquiano divulgou
nota na qual informa que, nos últimos 18 meses, foram mortos 12 mil.
É a primeira estimativa oficial.
Desde a invasão do Iraque, em
março de 2003, o total de mortos segundo a organização não-governamental IBC (Iraq Body Count) ficaria
entre 22.248 e 25.229. O número
contrasta com o publicado num estudo do prestigioso periódico médico britânico "The Lancet", que considera 100 mil mortes uma estimativa
conservadora. A diferença entre os
montantes se deve ao fato de que, enquanto "The Lancet" trabalha com
projeções probabilísticas feitas a partir de uma amostra de cerca de mil
casas atingidas por bombardeios, a
IBC só considera mortes verificadas
por serviços de saúde, ONGs e/ou
noticiadas pela mídia.
Não há dúvida de que foi a intervenção norte-americana que precipitou
o Iraque neste caos. Também se deve
observar que as bombas lançadas pelos EUA respondem por um número
significativo de óbitos. Mas quem
mais mata hoje no Iraque são os terroristas que atuam no país.
Destacam-se aqui as ações do grupo jihadista liderado por Abu Musab
al Zarqawi, que vem provocando inúmeras baixas principalmente entre
xiitas, ramo do islamismo majoritário no Iraque, que alguns sunitas como Zarqawi consideram infiéis.
O mais lamentável é que não se
avista perspectiva de solução. Até
aqui, o advento de um governo eleito
não bastou para pôr fim à violência.
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