São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 2005

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O IMPÉRIO DO TERROR

Um terrorista suicida explodiu ontem uma bomba na cidade iraquiana de Kirkuk, provocando a morte de 22 pessoas e ferindo mais de 80. Eventos como esse se tornaram uma triste realidade no Iraque. Não há praticamente dia sem que estoure um artefato no país tirando a vida de inocentes. Freqüentemente, esses ataques assumem grandes proporções, originando várias dezenas de vítimas.
É difícil precisar quantos civis iraquianos morreram desde o início da intervenção norte-americana. Neste mês, o governo iraquiano divulgou nota na qual informa que, nos últimos 18 meses, foram mortos 12 mil. É a primeira estimativa oficial.
Desde a invasão do Iraque, em março de 2003, o total de mortos segundo a organização não-governamental IBC (Iraq Body Count) ficaria entre 22.248 e 25.229. O número contrasta com o publicado num estudo do prestigioso periódico médico britânico "The Lancet", que considera 100 mil mortes uma estimativa conservadora. A diferença entre os montantes se deve ao fato de que, enquanto "The Lancet" trabalha com projeções probabilísticas feitas a partir de uma amostra de cerca de mil casas atingidas por bombardeios, a IBC só considera mortes verificadas por serviços de saúde, ONGs e/ou noticiadas pela mídia.
Não há dúvida de que foi a intervenção norte-americana que precipitou o Iraque neste caos. Também se deve observar que as bombas lançadas pelos EUA respondem por um número significativo de óbitos. Mas quem mais mata hoje no Iraque são os terroristas que atuam no país.
Destacam-se aqui as ações do grupo jihadista liderado por Abu Musab al Zarqawi, que vem provocando inúmeras baixas principalmente entre xiitas, ramo do islamismo majoritário no Iraque, que alguns sunitas como Zarqawi consideram infiéis.
O mais lamentável é que não se avista perspectiva de solução. Até aqui, o advento de um governo eleito não bastou para pôr fim à violência.


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