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PIOR DOS MUNDOS
No que diz respeito à soja
transgênica, o Brasil vive no
pior dos mundos. Está sujeito a todos os supostos malefícios que o
produto pode causar sem dispor da
segurança jurídica para gozar de nenhum dos alegados benefícios que
essa tecnologia traz.
A nova decisão da Justiça sobre o
assunto não torna o panorama mais
claro, pelo contrário. Apesar de o Tribunal Regional Federal de Brasília ter
suspendido temporariamente sentença de primeira instância que proibia o cultivo e a comercialização, nenhum produtor foi oficialmente autorizado a cultivar a soja transgênica
no país. Trata-se apenas de um primeiro passo para a legalização.
No mais, a proibição mostrou-se
incapaz de proteger a população e o
ambiente contra os riscos que os
transgênicos poderiam representar.
Ainda que proscrita, a soja geneticamente modificada chegou aos campos e às mesas dos brasileiros.
Em termos estritamente técnicos, a
questão é ainda nebulosa. A ciência
não demonstrou plenamente nem a
segurança nem os riscos desses produtos, seja para os consumidores,
seja para o ambiente.
De toda maneira, a soja transgênica
ao menos não parece trazer problemas para a saúde humana (os norte-americanos a consomem há anos)
nem provocou nenhuma catástrofe
ecológica onde foi plantada.
O que importa para o Brasil é definir rapidamente uma regra duradoura. Assim, deixaríamos o pior dos
mundos, em que nos submetemos
aos possíveis malefícios sem gozar
plenamente dos benefícios. A Folha
entende que os transgênicos devem
ser liberados e defende a rotulagem
obrigatória, anunciando-se as características do produto para que o consumidor possa exercer melhor o seu
direito de escolha.
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