UOL




São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PIOR DOS MUNDOS

No que diz respeito à soja transgênica, o Brasil vive no pior dos mundos. Está sujeito a todos os supostos malefícios que o produto pode causar sem dispor da segurança jurídica para gozar de nenhum dos alegados benefícios que essa tecnologia traz.
A nova decisão da Justiça sobre o assunto não torna o panorama mais claro, pelo contrário. Apesar de o Tribunal Regional Federal de Brasília ter suspendido temporariamente sentença de primeira instância que proibia o cultivo e a comercialização, nenhum produtor foi oficialmente autorizado a cultivar a soja transgênica no país. Trata-se apenas de um primeiro passo para a legalização.
No mais, a proibição mostrou-se incapaz de proteger a população e o ambiente contra os riscos que os transgênicos poderiam representar. Ainda que proscrita, a soja geneticamente modificada chegou aos campos e às mesas dos brasileiros.
Em termos estritamente técnicos, a questão é ainda nebulosa. A ciência não demonstrou plenamente nem a segurança nem os riscos desses produtos, seja para os consumidores, seja para o ambiente.
De toda maneira, a soja transgênica ao menos não parece trazer problemas para a saúde humana (os norte-americanos a consomem há anos) nem provocou nenhuma catástrofe ecológica onde foi plantada.
O que importa para o Brasil é definir rapidamente uma regra duradoura. Assim, deixaríamos o pior dos mundos, em que nos submetemos aos possíveis malefícios sem gozar plenamente dos benefícios. A Folha entende que os transgênicos devem ser liberados e defende a rotulagem obrigatória, anunciando-se as características do produto para que o consumidor possa exercer melhor o seu direito de escolha.


Texto Anterior: Editoriais: EMENDA TRIBUTÁRIA
Próximo Texto: Editoriais: APOIO AO PARAGUAI

Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.