São Paulo, domingo, 15 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Respeito
"A edição da Folha de 13/9 noticiou a decisão do ministro Nelson Jobim que suspendeu ação de improbidade que tramita em primeira instância contra um ministro de Estado da administração FHC, de onde o senhor Jobim saiu para ser ministro do STF ("Jobim suspende processo contra Sardenberg", Brasil, pág. A5).
Depois contestam, negam, dão-se por ofendidos quando, diante de decisões teratológicas como essa, se faz alusão a uma "bancada governista no STF".
É só se dar o respeito que os demais respeitarão."
Ana Lúcia Amaral, procuradora-regional da República (São Paulo, SP)


Indigna
"Na maioria das vezes não concordo com os editoriais da Folha, principalmente quando criticam o PT, mas agora, mesmo como petista, tenho de concordar com o editorial que acabo de ler ("O PT obscuro", Opinião, 13/9).
É uma vergonha, para mim, aceitar uma atitude como essa de um vereador -e, ainda por cima, líder de governo.
Espero, pelo bem do partido, que ele venha esclarecer essa atitude imoral e não-digna de um partido do tamanho da história do PT."
Marco Antonio de Carvalho (São Paulo, SP)


Plano Diretor
"A Associação de Moradores da Vila Nova Conceição manifesta o seu apoio à decisão da prefeita Marta Suplicy de vetar as alterações que foram feitas na calada da noite no Plano Diretor.
A prefeita demonstrou sensatez e coerência com a sua tradição política e com a do PT ao priorizar a ética, o debate comunitário e a democracia em oposição aos interesses particulares do comércio irregular.
O texto final do Plano, relatado pelo vereador Nabil Bonduki, é inegavelmente benéfico para São Paulo, e o veto às alterações escusas foi imprescindível para que não pairassem dúvidas sobre suas qualidades. Os moradores da Vila Nova Conceição continuarão vigilantes quanto à preservação da qualidade de vida no bairro, lutando contra o comércio irregular e participando ativamente das discussões do Plano Regional.
Essa foi uma vitória da democracia e dos paulistanos que lutam por um futuro melhor para a cidade."
Alex Canuto, conselheiro da Associação de Moradores da Vila Nova Conceição (São Paulo, SP)


Abolição
"Coincidências à parte, o TV Folha de domingo passado (8/9) caiu como uma luva para a minha última constatação a respeito da televisão.
Há três semanas estou sem assistir TV em casa, pois meu aparelho quebrou. Percebo o quão burra estava ficando com a escravidão televisiva. Contento-me em ler as reportagens e artigos do TV Folha sobre os programas. Aliás, ler é o que mais tenho feito após a minha "abolição". Assistir a alguns programas da TV causa, indubitavelmente, alienação, depressão e apatia nos telespectadores."
Mariana Naxara (São Carlos, SP)


Morte no aeroporto
"Pelo que entendi, o motorista que atropelou os passageiros no aeroporto de Congonhas estava tendo o seu treinamento na própria pista onde circulam aviões, veículos e pessoas.
Seria um gesto de polidez com a família do morto, com as das outras pessoas atropeladas, com os usuários do aeroporto e com a população em geral se a Infraero fosse mais específica nas suas explicações."
Luiz Prado (Rio de Janeiro, RJ)


Custos da privatização
"Depois de conceder tarifas absurdamente altas às empresas de telecomunicações privatizadas, depois de autorizar aumentos indevidos às empresas de energia privatizadas para compensá-las pelo que deixaram de ganhar com a economia que fizemos durante o apagão, agora o governo beneficia outro setor objeto de privatização.
O que ganhou a sociedade com a privatização da Vasp? Não seria melhor ficar com uma empresa de aviação pública, oferecendo um serviço seguro e confiável, como na França (Air France) e na Alemanha (Lufthansa), do que ter essa sangria de recursos públicos e ameaças constantes nos ares?"
Reny Barros Moreira (São Paulo, SP)


O uso do gerúndio
"Como se não bastassem as frequentes cartas do sr. Adilson Laranjeira, assessor do sr. Paulo Maluf, tentando convencer-nos do impossível sobre reportagens publicadas neste jornal, agora temos o sr. José Américo Dias, da Prefeitura de São Paulo, com cartas no "Painel do Leitor" para explicar o inexplicável e nos ensinar sobre o uso do gerúndio ("Dados", 13/9)."
Carlos Gaspar (São Paulo, SP)


Ousadia
"Desde a sua fundação, em 1945, nunca um líder de uma nação dita civilizada teve a ousadia e a arrogância de dar um ultimato à ONU.
Se esse órgão continuar com a sua subserviência diante do poder bélico e econômico dos Estados Unidos, acabará da mesma triste forma que a Liga das Nações, cuja total falta de independência levou o mundo à tragédia da Segunda Guerra Mundial.
É hora de dar um basta no belicismo norte-americano."
Luigi Petti (São Paulo, SP)


Forte democracia
"Ao ler o comentário do leitor Victorino Rocha no "Painel do Leitor" de 13/9, não pude deixar de indignar-me.
Nós, que apoiamos Lula, não queremos "ameaçar a frágil democracia" nem "colocar em risco a ordem social", como ele disse.
Queremos uma forte democracia e uma ordem social verdadeira, pois o que temos tido não é ordem social. Olhando mais atentamente, vemos que a nossa sociedade é uma desordem social.
No entanto o leitor pode ficar tranquilo, pois uma possível vitória de Lula, neste momento, não trará a sociedade socialista, mas apenas um alento para o povo dentro do próprio capitalismo. O socialismo ainda ficará mais para a frente -para a tranquilidade dos que julgam o capitalismo o melhor dos mundos."
Maurilio Nogueira da Silva, membro da direção do PC do B e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (Juiz de Fora, MG)


Sustento da cultura
"O cinema nacional recebe fartas verbas públicas.
As cidades de Deus (e as do diabo também) nem sequer recebem públicas migalhas. O governo abre mão de parte dos impostos e exige contribuições compulsórias para subsidiar uma tal cultura. O povo não vai ao cinema, não vai ao teatro, não vai a mostras de arte e não assiste a concertos sinfônicos.
Mas o povo sustenta a cultura. Portanto, o verdadeiro mecenas é o povo. Se ele não sustentasse compulsoriamente a cultura, talvez sustentasse a si próprio. Aí, sim, seríamos um povo culto!"
Ney José Pereira (São Paulo, SP)


Texto Anterior: Celso Furtado: Revisitando JK


Próximo Texto: Erramos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.