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Controle de qualidade
O
NOVO Índice Geral de Cursos (IGC) recém-divulgado pelo Ministério da
Educação teve um primeiro resultado prático. Estudantes da
Uncisal (Universidade Estadual
de Ciências da Saúde de Alagoas), a última colocada no ranking de instituições de ensino superior de todo o país, invadiram
dois dias depois a reitoria da universidade exigindo melhorias.
Um dos objetivos desse raio-X
produzido pelo MEC é exatamente dar transparência e bases
de comparação para a qualidade
do ensino superior, permitindo o
controle da sociedade. O índice
leva em conta o nível de aprendizado dos formandos nos Enades
(antigo provão), a qualidade dos
cursos de graduação e pós, a titulação dos professores, a opinião
dos alunos e a infra-estrutura.
O primeiro ranking não trouxe
propriamente novidades. Ainda
persiste, por exemplo, uma elevada concentração (96%) de instituições privadas entre as entidades com conceito insatisfatório. A forte ampliação do ensino
superior nos últimos anos é positiva em si mesma, pois ainda é
preferível um aluno numa escola
ruim do que em escola nenhuma.
Mas esse fato não pode servir
como pretexto para que as autoridades deixem de agir com rigor
ao menos nos casos mais graves e
reincidentes de péssima qualidade. Espera-se que o índice ajude
na realização dessa filtragem.
O indicador do MEC, contudo,
ainda precisa ser aperfeiçoado.
Hoje a sua metodologia permite
somente uma comparação fechada entre faculdades e universidades. Não se sabe, por exemplo, se os formandos estão saindo minimamente habilitados para o exercício profissional.
Além disso, é imprescindível
que a avaliação seja adotada também pelas grandes universidades estaduais paulistas -atualmente, apenas entidades federais e particulares se submetem
obrigatoriamente ao exame. USP
e Unicamp alegam divergência
quanto à metodologia adotada,
empecilho que, felizmente, parece em vias de ser superado.
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