São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 2008

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Editoriais

Controle de qualidade

O NOVO Índice Geral de Cursos (IGC) recém-divulgado pelo Ministério da Educação teve um primeiro resultado prático. Estudantes da Uncisal (Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas), a última colocada no ranking de instituições de ensino superior de todo o país, invadiram dois dias depois a reitoria da universidade exigindo melhorias.
Um dos objetivos desse raio-X produzido pelo MEC é exatamente dar transparência e bases de comparação para a qualidade do ensino superior, permitindo o controle da sociedade. O índice leva em conta o nível de aprendizado dos formandos nos Enades (antigo provão), a qualidade dos cursos de graduação e pós, a titulação dos professores, a opinião dos alunos e a infra-estrutura.
O primeiro ranking não trouxe propriamente novidades. Ainda persiste, por exemplo, uma elevada concentração (96%) de instituições privadas entre as entidades com conceito insatisfatório. A forte ampliação do ensino superior nos últimos anos é positiva em si mesma, pois ainda é preferível um aluno numa escola ruim do que em escola nenhuma.
Mas esse fato não pode servir como pretexto para que as autoridades deixem de agir com rigor ao menos nos casos mais graves e reincidentes de péssima qualidade. Espera-se que o índice ajude na realização dessa filtragem.
O indicador do MEC, contudo, ainda precisa ser aperfeiçoado. Hoje a sua metodologia permite somente uma comparação fechada entre faculdades e universidades. Não se sabe, por exemplo, se os formandos estão saindo minimamente habilitados para o exercício profissional.
Além disso, é imprescindível que a avaliação seja adotada também pelas grandes universidades estaduais paulistas -atualmente, apenas entidades federais e particulares se submetem obrigatoriamente ao exame. USP e Unicamp alegam divergência quanto à metodologia adotada, empecilho que, felizmente, parece em vias de ser superado.


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