São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES A saúde rompeu o círculo vicioso BARJAS NEGRI
Nos últimos oito anos, o governo
federal se dedicou a estender uma
rede de proteção social baseada em políticas de inclusão, no aumento dos gastos, na estabilidade de investimentos, na
descentralização de recursos, na diminuição das desigualdades regionais, na
participação e no controle da sociedade
civil sobre as ações do poder público.
O número de beneficiários da distribuição gratuita de medicamentos também cresceu bastante. As estimativas indicam que, nos últimos quatro anos, os beneficiários do coquetel de DST/ Aids passaram de 36 mil para 105 mil. Os remédios para tratamento da saúde mental passaram de 10 mil para 176 mil; hanseníase, 58 mil para 90 mil; hipertensão, de 910 mil para 4 milhões. Com certeza, a saúde é melhor do que ontem e amanhã será melhor do que hoje. Mas precisamos ressaltar que isso depende, em muito, da parceira e colaboração com os governos estaduais e municipais, além da própria população, que ajuda a fiscalizar os serviços. Nestes últimos anos, o governo federal tomou decisões que vão repercutir no contínuo aperfeiçoamento da saúde pública. Entre essas medidas estão a emenda constitucional 29, que estabeleceu o aumento a taxas crescentes do financiamento da saúde pública (só o orçamento do Ministério da Saúde saltou de R$ 14,3 bilhões, em 1996, para R$ 26,1 bilhões, no ano passado), o aumento da capacidade instalada, o reajuste nas tabelas de pagamento do SUS, a interiorização da oferta dos serviços de saúde, a reformulação dos currículos de medicina e a ampliação do PSF (Programa de Saúde da Família), que tinha 328 e passou a ter 16 mil equipes, assistindo mais de 50 milhões de pessoas. É claro que muitos programas de saúde precisam ser expandidos, como o próprio PSF. Com sua ampliação, é possível viabilizar uma mudança de hábitos e comportamentos da população, dando ênfase à prevenção de doenças e à adoção de estilo de vida mais saudável. Em apresentação ao Conselho Nacional de Saúde, os representantes dos candidatos à Presidência reconheceram a importância dessas ações e a necessidade de mantê-las e aprofundá-las. Esses foram os casos das políticas de descentralização com controle social, da ampliação do acesso a medicamentos, do aumento da produção nacional de remédios e, principalmente, da substituição do modelo assistencial por uma atuação mais preventiva, proporcionada pelo vertiginoso crescimento do PSF. As propostas dos candidatos, os resultados obtidos e a comparação do desempenho do Sistema Único de Saúde provam que o presidente Fernando Henrique Cardoso está concluindo o seu segundo mandato tendo levado o país a um patamar muito superior de desenvolvimento social. Barjas Negri, 51, professor do Instituto de Economia da Unicamp, é ministro da Saúde. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Emir Sader: E agora, que teoria? Índice |
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