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VALDO CRUZ
Sinal de alerta
BRASÍLIA - A crise do banco PanAmericano deveria fazer a presidente
eleita Dilma Rousseff refletir um
pouco mais sobre a escolha de seu
presidente do Banco Central.
A despeito das falhas de fiscalização, a solução dada pelo BC ao
banco quebrado de Silvio Santos foi
rápida, sem provocar grandes solavancos no mercado.
A atuação de Henrique Meirelles
foi elogiada por gente do governo,
do mercado e por aliados políticos.
Passou segurança, coisa de gente
que veio e conhece bem o funcionamento do sistema financeiro.
Manter Meirelles, pelo que comentam assessores de Dilma, está
fora de cogitação. Não é isso, porém, que merece reflexão por parte
da futura presidente.
Segundo amigos, antes mesmo
da crise do PanAmericano, ela estava dividida entre uma solução caseira ou um nome de fora. No primeiro caso, sua opção seria promover a presidente o diretor de Normas, Alexandre Tombini.
Até pouco tempo, ela tendia a
nomear Tombini, que conta com
apoio dentro do PT e do Palácio do
Planalto. Seria um nome sem compromissos com o mercado.
Um assessor confidenciou, contudo, que ela costuma lembrar que
os últimos presidentes do BC vieram do mercado e trouxeram diretores com experiência no dia a dia
do sistema financeiro.
Um modelo que deu certo com
Armínio Fraga, no governo FHC, e
Meirelles, com Lula. Só que, por
conta da pressão de petistas, os diretores vindos do mercado foram
saindo aos poucos.
Como seria a reação de um BC
formado só com prata da casa diante de uma crise mais grave? Claro
que não dá para dizer que seria insatisfatória. A turma caseira pode
muito bem dar conta do recado. Fica, porém, a dúvida.
É nesse cenário, agravado pela
crise do PanAmericano, que Dilma
deverá definir seu BC. Meirelles está fora, mas ela deve estar sendo
aconselhada a dar uma olhada para o mercado.
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