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FOI POUCO
O comitê de Política Monetária
do Banco Central optou, conforme antecipava a maioria dos analistas, por reduzir a taxa de juros básica da economia em apenas meio
ponto percentual. A decisão conservadora, tomada em reunião encerrada ontem, leva a taxa Selic a 18% ao
ano -e a mantém, por larga margem, entre as mais altas do planeta.
A decepção com a decisão é reforçada pela constatação de que havia
condições amplamente favoráveis
para uma redução maior.
As expectativas de inflação estão
sob controle, com o mercado projetando para 2006, em média, uma alta
de preços ao consumidor de 4,5%,
exatamente o nível almejado pela autoridade monetária. Isso evidencia a
convicção generalizada de que alguns aumentos recentes foram causados por pressões pontuais, que devem se dissipar ao longo do tempo.
Paralelamente, a atividade econômica continua pouco dinâmica. As
vendas do varejo em outubro, por
exemplo, mantiveram-se praticamente estagnadas em relação a setembro, conforme revelou pesquisa
do IBGE divulgada ontem.
Um terceiro aspecto também
aponta para a conveniência de acelerar o ritmo de redução da taxa de juros: a evolução da cotação do dólar.
Há algumas semanas o Banco Central abandonou, enfim, sua atitude
passiva diante do movimento de queda progressiva do dólar, que vem
criando justificadas preocupações
acerca de seus impactos adversos sobre a competitividade da produção
nacional no mercado externo. Visando a frear esse movimento, o BC voltou a comprar grandes volumes de
divisas e retomou operações financeiras que equivalem a comprar dólares no mercado futuro.
O ponto é que tais ações têm apresentado baixa eficácia, além de implicarem elevado ônus para as contas
públicas. Mais eficaz e menos custoso seria acelerar o corte de juros, desestimulando as gigantescas operações especulativas que têm puxado
para baixo a cotação do dólar.
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