São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

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Editoriais

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Pacotes e mais pacotes

APESAR dos gigantescos pacotes de resgate, as condições econômicas na Europa continuam se deteriorando. A produção industrial caiu 1,2% em outubro em relação ao mês precedente tanto na zona do euro como na União Européia. Na comparação com outubro de 2007, o resultado foi pior -uma queda de 5,3% na zona do euro e de 5% na União Européia.
Diante desse cenário, os chefes de Estado e de governo da União Européia aprovaram na sexta-feira um plano de estímulo econômico de 200 bilhões, o equivalente a 1,5% do PIB da região.
Nos Estados Unidos, o contexto de transição de governo atrapalha a tomada de decisões. O Senado não chegou a um acordo sobre o plano de US$ 14 bilhões de ajuda a montadoras do país.
As três maiores fabricantes de veículos americanas -General Motors, Ford e Chrysler- padecem de graves problemas de caixa. Fornecedores já se recusam a entregar autopeças sem pagamento prévio. Bancos também se recusam a emprestar dinheiro às montadoras. Investidores vendem suas ações e recusam novos títulos de dívida, num círculo vicioso.
A declaração de concordata por qualquer dessas empresas teria o poder de iniciar um novo surto de desconfiança aguda nos EUA. As três grandes empresas do setor empregam 240 mil pessoas diretamente. O setor absorve 2,2 milhões de trabalhadores e desembolsa US$ 65 bilhões anuais em salários. Com a inclusão dos postos de trabalho indiretos, responde praticamente por 10% dos empregos norte-americanos.
A Casa Branca cogita driblar a resistência do Senado e direcionar parte do pacote de US$ 700 bilhões de ajuda aos bancos, já aprovado no Congresso, para o socorro às fabricantes de veículos. Seria mais um lance inusitado, e desesperado, nesta crise.


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