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Pacotes e mais pacotes
APESAR dos gigantescos pacotes de resgate, as condições econômicas na Europa continuam se deteriorando. A
produção industrial caiu 1,2%
em outubro em relação ao mês
precedente tanto na zona do euro como na União Européia. Na
comparação com outubro de
2007, o resultado foi pior -uma
queda de 5,3% na zona do euro e
de 5% na União Européia.
Diante desse cenário, os chefes
de Estado e de governo da União
Européia aprovaram na sexta-feira um plano de estímulo econômico de 200 bilhões, o equivalente a 1,5% do PIB da região.
Nos Estados Unidos, o contexto de transição de governo atrapalha a tomada de decisões. O
Senado não chegou a um acordo
sobre o plano de US$ 14 bilhões
de ajuda a montadoras do país.
As três maiores fabricantes de
veículos americanas -General
Motors, Ford e Chrysler- padecem de graves problemas de caixa. Fornecedores já se recusam a
entregar autopeças sem pagamento prévio. Bancos também
se recusam a emprestar dinheiro
às montadoras. Investidores
vendem suas ações e recusam
novos títulos de dívida, num círculo vicioso.
A declaração de concordata
por qualquer dessas empresas
teria o poder de iniciar um novo
surto de desconfiança aguda nos
EUA. As três grandes empresas
do setor empregam 240 mil pessoas diretamente. O setor absorve 2,2 milhões de trabalhadores
e desembolsa US$ 65 bilhões
anuais em salários. Com a inclusão dos postos de trabalho indiretos, responde praticamente
por 10% dos empregos norte-americanos.
A Casa Branca cogita driblar a
resistência do Senado e direcionar parte do pacote de US$ 700
bilhões de ajuda aos bancos, já
aprovado no Congresso, para o
socorro às fabricantes de veículos. Seria mais um lance inusitado, e desesperado, nesta crise.
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