|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Destravar o comércio
É NOTÓRIO QUE os diversos
gargalos da infraestrutura
brasileira representam
enorme obstáculo ao aumento
dos fluxos de comércio exterior
e, assim, ameaçam o vigor do
propalado crescimento do país
nos próximos anos.
Mas um ranking elaborado pelo Banco Mundial e divulgado
nesta semana, medindo o desempenho logístico de um conjunto de 155 países, jogou luz em
outro aspecto igualmente crucial
para o desentrave do comércio
exterior brasileiro.
Pelo levantamento feito em
2009, o Brasil até apresentou
melhora considerável de posição, no cômputo de vários itens,
em comparação com 2007. Passou do 61º lugar para o 41º lugar.
Contudo, tal evolução se deu a
despeito de uma piora nos procedimentos realizados nas alfândegas brasileiras, associada à demora na liberação de cargas. No
Brasil, ela chega a cinco dias,
contra 1,3 dia no Chile e menos
de 24 horas em Hong Kong.
A morosidade reflete, em grande medida, o fato de as autoridades encarregadas da inspeção
aduaneira, incluindo a Receita
Federal e a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa),
não utilizarem pessoal em quantidade e em horários compatíveis com uma inspeção efetivamente ágil das cargas, que terminam por se acumular nos portos
e aeroportos do país.
A burocracia na liberação de
cargas, com efeito, já foi apontada, em diversas pesquisas realizadas com empresários, como a
principal trava para o aumento
das exportações.
Por outro lado, não se pode ignorar que a logística privada de
escoamento das cargas, especialmente no porto de Santos, ainda
padece de falhas consideráveis
de organização, que acabam ocasionando demora nos embarques de mercadorias e prejuízos
aos produtores e ao país.
Desfazer todos esses nós é fundamental para que os produtores
domésticos elevem a sua capacidade de competir no comércio
internacional.
Texto Anterior: Editoriais: Democracias em crise Próximo Texto: São Paulo - Fernando De Barros e Silva: Fim do mundo Índice
|