São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 2010

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Editoriais

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Destravar o comércio

É NOTÓRIO QUE os diversos gargalos da infraestrutura brasileira representam enorme obstáculo ao aumento dos fluxos de comércio exterior e, assim, ameaçam o vigor do propalado crescimento do país nos próximos anos.
Mas um ranking elaborado pelo Banco Mundial e divulgado nesta semana, medindo o desempenho logístico de um conjunto de 155 países, jogou luz em outro aspecto igualmente crucial para o desentrave do comércio exterior brasileiro.
Pelo levantamento feito em 2009, o Brasil até apresentou melhora considerável de posição, no cômputo de vários itens, em comparação com 2007. Passou do 61º lugar para o 41º lugar. Contudo, tal evolução se deu a despeito de uma piora nos procedimentos realizados nas alfândegas brasileiras, associada à demora na liberação de cargas. No Brasil, ela chega a cinco dias, contra 1,3 dia no Chile e menos de 24 horas em Hong Kong.
A morosidade reflete, em grande medida, o fato de as autoridades encarregadas da inspeção aduaneira, incluindo a Receita Federal e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não utilizarem pessoal em quantidade e em horários compatíveis com uma inspeção efetivamente ágil das cargas, que terminam por se acumular nos portos e aeroportos do país.
A burocracia na liberação de cargas, com efeito, já foi apontada, em diversas pesquisas realizadas com empresários, como a principal trava para o aumento das exportações.
Por outro lado, não se pode ignorar que a logística privada de escoamento das cargas, especialmente no porto de Santos, ainda padece de falhas consideráveis de organização, que acabam ocasionando demora nos embarques de mercadorias e prejuízos aos produtores e ao país.
Desfazer todos esses nós é fundamental para que os produtores domésticos elevem a sua capacidade de competir no comércio internacional.


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