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RISCO-BOLHA
A já longa espera nos mercados
internacionais por nova etapa
de crescimento global parece não ter
fim. Os indicadores dos EUA não
têm bastado para mudar o cenário.
Houve alguma euforia com as declarações do presidente do banco
central dos EUA, Alan Greenspan,
sugerindo que um aumento de juros
não é iminente. E os agentes financeiros tentam antecipar uma retomada econômica plena dos EUA.
O jornal "Financial Times", por
exemplo, já alerta para a restauração
do "espírito animal" nos mercados.
As fusões e aquisições voltaram à
agenda, setores que respondiam por
boa parte do dinamismo nos anos
90, como os de tecnologia e de telecomunicações, também anunciam
novos negócios e estratégias. No setor bancário igualmente têm ocorrido fusões de grande porte nos EUA.
Parte do entusiasmo reflete a própria valorização das ações, fruto da
gradual melhora do cenário nos
EUA. Mas os analistas mais conservadores já temem a irrupção de nova
onda de "exuberância irracional".
No lado real da economia, no entanto, os dados continuam desanimadores. Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA voltaram a subir
na semana passada. A confiança do
consumidor voltou a cair.
O saldo comercial norte-americano também teve alta, contrariando a
lógica, pois o dólar tem perdido valor, sobretudo diante do euro. Se o
país importa mais do que exporta, ficam prejudicadas as perspectivas de
aquecimento da produção e aumento do emprego doméstico.
As autoridades do G-7 continuam
impotentes diante dessas tendências. Produzem retórica, condenam
a volatilidade das principais moedas
internacionais, mas não há coordenação de políticas econômicas. De
bolha em bolha, a economia mundial ainda se revela incapaz de organizar uma autêntica retomada.
Para países dependentes, como o
Brasil, o melhor a fazer é encarar
com extrema cautela as pequenas euforias do sistema financeiro global.
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