São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Sombra no Planalto
"Dei meu primeiro voto ao PT quando Luiz Inácio Lula da Silva, em 1982, foi candidato sem chance a governador de São Paulo. Amigos e parentes mais conservadores achavam estranho um universitário votar em um sindicalista de esquerda que prometia quase uma revolução. Tinha esperança de que um dia o partido chegasse ao poder e começasse a, efetivamente, mudar o país. Nos últimos dias, fatos relevantes confirmaram aquilo que já vinha sendo evidenciado. O PT, lamentavelmente, não é diferente dos demais partidos. Já não há esperança de coerência e ética."
Caio Ventosa Chaves (Campinas, SP)

"É imperdoável que o primeiro homem do governo [José Dirceu], logo abaixo do presidente, com tantos poderes nas mãos, não tenha verificado o passado de seu assessor direto, com quem tem relações há pelo menos 12 anos. Que moralidade é essa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apregoa? Como brasileiro, quero ver se o caso vai ser apurado e os envolvidos, punidos, inclusive por omissão no exercício do cargo. E não dá para engolir o mote do PT de que foi ingenuidade."
José A. Ferreira de Moraes Jr. (São Paulo, SP)

"Nova revelação de corrupção no governo. Mas não vamos nos precipitar com acusações ao partido. É difícil imaginar que, numa máquina administrativa do porte da governamental, não existam corruptos. A culpa me parece exclusiva do envolvido."
Luiz Leitão da Cunha (São Paulo, SP)

Tortas e protestos
"Frase do ministro Ricardo Berzoini (Trabalho): "As pessoas devem ser responsabilizadas por seus atos". De acordo. Ele quer punição para quem o atingiu com a torta na cara. Pergunta: qual a punição que ele recebeu quando agrediu, de forma muito mais violenta, os velhinhos da Previdência? A torta foi atirada pela mão do povo brasileiro, ministro."
Flávio Araujo (Presidente Prudente, SP)

"Se você sair na rua e meter uma torta na cara de qualquer policial fardado que encontrar, será preso na hora por desacato à autoridade. Um ministro do governo federal, no caso o ministro Ricardo Berzoini, é uma autoridade. Pergunto: a senhora Verônica Maria Rodrigues de Sousa, agressora do ministro, não tinha que ser presa também? Ou será mais um caso para desgastar a nossa já desgastada Justiça. Se nada for feito, logo será o presidente da República que levará uma torta na cara e, por extensão, todo o povo brasileiro."
João Arnaldo Gentina (Leme, SP)

Ganhos com petróleo
"O lucro da Petrobras em 2003 expressa a exuberância da economia nacional. Crescer 120% em um ano é um exemplo mundial de competência gerencial. No mesmo dia em que essa notícia circulou na imprensa, houve outra. Nos últimos cinco anos, o faturamento das micro e pequenas empresas paulistas apresentou queda de 44%, e a folha de pagamento do setor recuou 30%. Salta aos olhos o grande problema: a excessiva concentração da renda. Se a Petrobras tivesse patrioticamente abaixado o preço interno dos combustíveis, ela teria crescido menos, e os pequenos teriam crescido mais."
Aldo de Cairo Antonio (São José dos Campos, SP)

Reforma trabalhista
"É triste constatar, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu totalmente a sua identidade. Parece acreditar que a causa do desemprego no Brasil seja o trabalhador. Assim, bastaria acabar com os direitos conquistados, e todos os problema estariam resolvidos Senhor presidente, diminua a carga tributária das indústrias, diminua as taxas de juros, não seja tão submisso aos mercados. Deixe esse discurso messiânico e não se esqueça de suas origens."
Adriano de Jesus Malachias Ferreira (Ribeirão Preto, SP)

Clonagem benéfica
"Parece que vivemos novos momentos de obscurantismo com as declarações vindas dos chamados representantes terrenos de Deus sobre a pesquisa com células-tronco. No Brasil, espero que os senadores ouçam os representantes da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que, em ação inédita, se manifestou sobre os problemas existentes no projeto de lei de biossegurança aprovado na Câmara. A religião não pode trabalhar contra a vida e não pode queimar na fogueira os avanços a serem conseguidos com a clonagem terapêutica."
Adilson Roberto Gonçalves (Lorena, SP)

Finanças municipais
"A atual administração esclarece as afirmações do ex-prefeito Celso Pitta ("Painel do Leitor", pág. A3, 12/2). Ao afirmar que deixou um superávit orçamentário de mais de R$ 1 bilhão em 2000, omitiu o cancelamento do pagamento de R$ 894,2 milhões, relativos a serviços já realizados. Adotando a política de comprar e não pagar, fica fácil ter um orçamento em "equilíbrio". Também há detalhes importantes omitidos quando tenta justificar a negociação feita com o governo federal. Essa renegociação, em maio de 2000, previa que, em 2002, o município pagasse -em parcela única- mais de R$ 3 bilhões. Esse valor corresponderia a 35% da receita total daquele ano. Também é mais que toda a despesa realizada com saúde e educação em todo ano. Esse valor seria, ainda, superior a toda a arrecadação de ISS e IPTU de 2002 da cidade. Ressaltamos também que o município de São Paulo é um dos únicos que, com a negociação feita no passado, comprometeu 13% da sua Receita Líquida Real para o pagamento da dívida. Para outras cidades, o limite com o pagamento da dívida é de 11,5% da Receita Corrente Líquida. A questão tributária na gestão Marta Suplicy é tratada de forma transparente e socialmente responsável: hoje São Paulo tem uma política fiscal justa, que prevê cobrança progressiva, além de isentar ou oferecer descontos a mais de 1,8 milhão de cidadãos e cidadãs paulistanos."
Luís Carlos Fernandes Afonso, secretário municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico de São Paulo (São Paulo, SP)

Orçamento do Estado
"A carta do deputado Ítalo Cardoso ("Painel do Leitor", pág. A3, 9/2) demonstra desconhecimento em relação ao Orçamento do Estado de São Paulo. Elaborar e realizar um Orçamento realista, transparente e privilegiando a área social tem sido uma prioridade do governo Geraldo Alckmin. Dessa maneira, foi possível realizar um conjunto de obras e atividades que mudaram para melhor a face de São Paulo. Todos os anos o projeto orçamentário é democraticamente debatido na Assembléia Legislativa, com a incorporação de emendas das diversas bancadas. Além disso, tem incorporado propostas colhidas em audiências públicas abertas à participação popular. O Estado de São Paulo tem um Orçamento realista, equilibrado e democrático. Comprovando seu rigor e eficácia, os programas e ações nele incluídos são acompanhados e auditados pelo Tribunal de Contas, que tem anualmente aprovado suas contas."
Mateus Azevedo, assessor de imprensa da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)


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