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Carnaval
"A cada ano, o Rio de Janeiro,
com suas escolas de samba, se mostra mais antenado com as transformações dos espetáculos de massa.
O que se viu com a apresentação
da Unidos da Tijuca foi deslumbrante. A comissão de frente arrasou. Mostrou audácia e beleza.
Não creio no potencial da cidade
para a Copa do Mundo nem para a
Olimpíada, mas, no quesito Carnaval e festas populares, a Cidade Maravilhosa está anos-luz à frente de
qualquer outra de nosso planeta."
WALTER LEMOS FILHO (Florianópolis, SC)
Arruda
"A reportagem "PF apreende recibos do DEM nacional na casa de
Arruda" (Brasil, 14/2) mostra recibos de maio de 2009 para fartas
contribuições financeiras de empreiteiras a um partido político. O
tesoureiro, na cara de pau, diz que
elas são legais e que há interesse
das empresas em comprovar doações partidárias. Diante desse cinismo, pergunto: essas datas se inserem em períodos de campanha
eleitoral?
Se nesses períodos as doações
partidárias por empresas já são motivos para corrupção institucional,
então essa "farra fora de época" só se
pode definir como a regulamentação da prostituição partidária.
Tem-se aí um flagrante típico de lavagem de dinheiro para cobrir atos
ilícitos e obscuros da política. A reportagem "Brasil não pune lavagem
de dinheiro" (Brasil, ontem) poderia ter incluído esse assunto abordado na véspera."
WILLIAM THOMAZ WENDLING (Curitiba, PR)
"Todos os indivíduos têm direito
à Justiça, ou seja, a uma defesa justa
-e competente, de preferência. Entretanto, o que dizer dos políticos
que, pegos desviando verbas públicas das mais diferentes formas,
contratam a peso de ouro os mais
caros advogados criminalistas -alguns até ex-ministros- para defendê-los?
Fico chocada de ver esses profissionais defendendo-os e esquecendo que estão sendo remunerados,
na maior parte das vezes, com o fruto do roubo praticado por esses políticos -roubos que prejudicam a
saúde, a educação, a segurança etc.
de todos nós.
Está na hora de prevalecerem o
caráter e a ética desses advogados,
em contraponto aos seus lucros.
Talvez com uma atitude assim
eles mostrem a esses políticos que
não serão coniventes com eles e que
estão a favor de ajudar a resgatar a
cidadania do nosso povo."
TANIA TAVARES (São Paulo, SP)
"Caso o STF decida por uma intervenção no DF, seria de bom alvitre que o presidente Lula convidasse para a "interventoria" uma figura
de expressão nacional, sem filiação
partidária, de comprovada idoneidade moral e com longa folha de
serviços prestados à nação, como o
general Maynard de Santa Rosa."
DANIEL CARNEIRO ASSIS (Campo Grande, MS)
"As raposas que invadiram o galinheiro de Brasília, no afã de obter
os maiores lucros ou pegar os melhores ovos, se comportaram como
verdadeiras antas, pois os descuidos nos atos de rapinagem seriam
cômicos se não fossem crimes.
Enquanto isso, as demais incontidas e atuantes raposas da granja rodeiam as irmãs pegas em crime, que
agora estão mais para bodes -expiatórios, claro.
E a patuleia, diante do teatro jurídico-policial, se compraz com a já
imaginária condenação dos "cachorros mortos': "Ah, finalmente a
justiça está sendo feita".
Eleitores, acordem! E os outros?
PS: Às espécies animais incluídas
nesta "fábula", as minhas sinceras
desculpas."
MARCOS BASTOS PEREIRA (São Paulo, SP)
Eleições
"Na Folha de domingo, Ciro Gomes diz que é "mais fácil boi voar do
que o tucano [Serra] ter empatia
com os nordestinos". É muito estranho isso, pois Serra é o primeiro colocado nas pesquisas na região -à
frente de Ciro Gomes, claro.
Lula, quando esteve "fiscalizando" obras de transposição do São
Francisco, disse estranhar que Serra tivesse interesse pelo Nordeste.
Não votarei em Serra para presidente, mas acho estranho que dois
líderes nordestinos comecem a falar como se o Nordeste fosse deles,
e não parte do nosso país. Será que
eles pretendem fazer uma divisão
eleitoral norte-sul? Quer dizer que
nordestino vota em nordestino e
sulista vota em sulista?"
SÉRGIO MURAD (Florianópolis, SC)
Remédios
"No editorial "Ética sem desconto" (Opinião, 14/2), o jornal se posicionou a favor de decisão do Conselho Federal de Medicina que proibiu a participação de médicos em
promoções de medicamentos por
meio de cupons e cartões de descontos. Como médico, vou além,
defendendo que se impeça a atividade dos propagandistas de laboratórios farmacêuticos em consultórios médicos.
Com o pretexto de "promover
atualização científica" para os profissionais, tais figuras buscam é
propor negócios, o que não cabe na
nossa prática profissional. Com o
acesso que todo médico tem à internet nos dias atuais, não se justifica a argumentação acima, pois a
nossa atualização científica prescinde da presença dessas pessoas.
Há mais de 12 anos não recebo
propagandistas de laboratórios em
meu consultório. E garanto que não
fazem nenhuma falta."
JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR)
Vencedores
"Infeliz o artigo de Luiz Felipe
Pondé na Ilustrada de ontem, no
qual diz que "a vida é perigosa, e a
verdadeira liberdade cobra preço,
financeiro e existencial".
A imensa rede de benefícios sociais que protege os excluídos da
voracidade implacável do mercado
parece, sim, constituir a pedra angular do sucesso do capitalismo
norte-americano.
Barack Obama insistentemente
nos convida a perceber o escândalo,
por exemplo, da saúde pública, que
exclui milhões de americanos das
benesses já há muito asseguradas
em outros países ricos e desenvolvidos, como França e Inglaterra,
devido a uma escandalosa privatização da medicina assistencial.
Chamá-lo de socializante parece
bravata típica dos reacionários religiosos e fundamentalistas que,
naquele país, reivindicam para si
o status de vencedores darwinistas
na lida pelo triunfo e sucesso
individuais."
EDUARDO OYAKAWA , professor de sociologia da
religião do curso de relações internacionais da
ESPM (São Paulo, SP)
Mercosul
"O discurso do PT para convencer uma oposição despreparada a
aprovar a entrada da Venezuela no
Mercosul foi o de que os governos
passam e os países ficam.
Na Rússia, passaram-se 74 anos
entre Lênin e Gorbatchov; em Cuba, já se passou meio século e o socialismo continua; na Venezuela, a
implantação do socialismo bolivariano, com citação tropicalizada da
"mais valia" de Marx, começou agora
sob a batuta de Chávez (Mundo,
ontem) e ninguém sabe quanto
tempo vai durar. Não teria sido
mais prudente esperar?
Quem sabe o Senado paraguaio
tenha mais juízo e não aprove, ainda, a entrada da Venezuela com sua
economia regulada pelo arbítrio de
Chávez, que, seguramente, implodirá o "moribundo" bloco."
EDUARDO JOSÉ DAROS (São Paulo, SP)
Aposentados
"Já que o deputado Michel Temer demonstrou ser um assíduo
leitor da Folha, respondendo prontamente ontem nesta seção ao artigo de dom Tomás Balduíno de 14/2 ("Ficha limpa na gaveta, suja nas
eleições"), gostaria de perguntar se
o projeto de lei que extingue o fator
previdenciário das aposentadorias
do INSS estaria na mesma gaveta a
que se referiu o brilhante religioso.
Em seu discurso de posse, em fevereiro de 2009, o nobre deputado
prometeu que tal projeto seria colocado em votação o mais brevemente possível."
ANTONIO AUGUSTO DE CASTRO OLIVEIRA
(Osasco, SP)
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