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São Paulo, domingo, 16 de março de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Fogo
"A reportagem "Brasil descarta ajuda externa contra fogo em RR" (Cotidiano, 13/3) traz grave erro de informação ao divulgar que o governo federal descartou ajuda de uso de aviões oferecida por governos estrangeiros para o combate aos incêndios florestais em Roraima. Em entrevista concedida na véspera, em Manaus, a ministra Marina Silva, solicitada a falar sobre o assunto, explicou que tal ajuda se referia à época do incêndio ocorrido na região em 1998. O governo federal não recebeu até o momento nenhuma oferta de ajuda por parte de outros governos."
Terezinha Lopes, assessora de imprensa do Ministério do Meio Ambiente (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Kátia Brasil, correspondente da Agência Folha em Manaus - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi indagada, em entrevista coletiva, sobre a ajuda internacional, em especial de aeronaves canadenses, no atual incêndio florestal em Roraima. Ela não citou o caso de 1998, quando o apoio estrangeiro também foi negado pelo governo federal. Na entrevista, Flávio Montiel, diretor de proteção ambiental do Ibama, disse que, além de Canadá, EUA e Espanha ofereceram ajuda. A entrevista foi gravada.

Saúde
A reportagem "Marta tira verba do Saúde da Família" (Cotidiano, 13/3) não condiz com a verdade. O texto dá a entender que R$ 20 milhões estão sendo retirados do programa. Na verdade, a verba para pagamento de gratificação de funcionários estaduais que trabalham em unidades de saúde municipalizadas sempre saiu da dotação do Programa Saúde da Família. Eles recebem essa gratificação para que seus vencimentos sejam equiparados aos dos servidores municipais. Até fevereiro deste ano, os R$ 20 milhões para a gratificação saíam do elemento de despesa "contribuição para outras esferas de governo", pertencente à dotação "Programa Saúde da Família", que, por sua vez, faz parte do orçamento da Secretaria Municipal da Saúde. Esse dinheiro era encaminhado à Secretaria Estadual da Saúde, que realizava o pagamento aos servidores. Para simplificar esse procedimento, no espírito de municipalização e descentralização da Saúde, foi sancionada em 10/1/2003 (na gestão de Eduardo Jorge,) a lei 13.510, que determina que a própria prefeitura faça o pagamento da gratificação aos servidores estaduais. Para atender à lei, a prefeitura publicou decreto que anula, a partir de março, a transferência dos R$ 20 milhões para a Secretaria Estadual da Saúde e cria, em seu lugar, a dotação "gratificação de municipalização" no mesmo valor. Portanto esse procedimento não representa nenhum prejuízo às verbas previstas para o Programa Saúde da Família."
José Américo Dias, secretário municipal de Comunicação e Informação Social (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Fabiane Leite - É o secretário da Saúde do governo do PT, Gonzalo Vecina, não a Folha, quem afirma que não haverá expansão do Programa da Saúde da Família e que a prioridade da atual administração é beneficiar o setor de urgências e emergências da rede municipal.

Pragmatismo
"Em relação à reportagem "Mesmo insatisfeito, Lula decide manter Graziano" (Brasil, pág. A4, 14/3), penso que não se trate de um compromisso vinculado a 22 anos de parceria ou de um tributo a tanto tempo de lealdade por parte de José Graziano da Silva, mas, sim, de um comprometimento sério e prioritário com uma nação que acaba de eleger um presidente, em cuja plataforma de candidatura estava o Fome Zero. Não entrando no mérito da discussão em relação à capacidade do ministro Graziano, penso que esse programa, embora bem-intencionado, não está dando certo. Falta-lhe pragmatismo. Ao saber da hipótese de a articulação desse trabalho estar sendo passada para as mãos do empresário Abílio Diniz, alguém com um perfil empírico, vi uma luz aparecer no fim do túnel."
Maria Cristina Ribeiro da Silva
(São Paulo, SP)

Ética
"Parabenizo o coronel Alberto Silveira Rodrigues pelo belo texto "Ética, responsabilidade e as palavras" ("Tendências/ Debates", 13/3), que nos faz refletir sobre o comportamento contraditório e obtuso de muitos veículos da imprensa que valorizam os marginais em detrimento das autoridades constituídas. Peço à imprensa que, por favor, pare de embelezar bandidos para vender revistas e jornais e que comece a contribuir para a formação de uma nova sociedade, valorizando a justiça e o cidadão."
Elísio Peixoto de Souza
(São Caetano do Sul, SP)

"Assim como o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Alberto Silveira Rodrigues, também entendo que a imprensa de há muito extrapola as suas prerrogativas e, em nome do lucro e do sensacionalismo, pouco ou nada se importa com a dignidade humana ao tratar de certos fatos. Ocorre, porém, que tais palavras também deveriam servir de alerta para os comandados do coronel, posto que assistimos, nos noticiários na TV, a integrantes da corporação concedendo entrevistas sem nenhum cunho prático quando executam alguma prisão, tendo eles a nítida intenção de aparecer para as câmeras de TV e contribuindo assim para a transgressão do mesmo princípio mencionado, ou seja, o da presunção de inocência. Isso quando não buscam servir de atores em patéticas cenas de caçada policial, que só alimentam a tensão social."
Rodolfo Hazelman Cunha
(São Paulo, SP)

Segundos
"Li recentemente que o assalariado brasileiro é o segundo maior pagador de impostos do mundo. A carga tributária sobre os nossos salários é de 41,7%, ganhando de longe dos Estados Unidos, do Japão etc. Por que então não recebemos o segundo melhor serviço do mundo? Não seria justo?"
Mary Motoie
(Guarulhos, SP)

Oriente Médio
"Estranha a preocupação do leitor André Benevides Soares ("Painel do Leitor", 8/3) em declarar que não é anti-semita, mas proclamar o seu anti-sionismo, como se encontrasse uma forma sutil de vestir a carapuça que o artigo "Novos disfarces do anti-semitismo" ("Tendências/ Debates", 6/3) sugere. Por essa razão, precisava encontrar uma forma de expressar seu anti-semitismo, digo, anti-sionismo, ao duvidar de que os árabes israelenses gozem de democracia e de liberdade de expressão em Israel. Isso embora os árabes tenham representação no Parlamento, o que aos muitos judeus dos países árabes é proibido. E, para isso, precisam estar organizados em partidos, o que também não é permitido aos judeus naqueles países. O sr. André é benevolente com Hitler ao compará-lo a Stálin e procura tirar do líder nazista a eficiência industrial da matança. O sr. André também usa as mesmas frases feitas, tão características da intolerância e da discriminação, para sugerir um suposto preconceito étnico por parte dos judeus e para dizer que os judeus são o povo escolhido para habitar a terra prometida. O artigo do sr. Terpins não faz nenhuma insinuação de que a recém-criada Secretaria Nacional de Combate ao Racismo tenha apenas o anti-semitismo como foco."
Berel Aizenstein
(São Paulo, SP)


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