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São Paulo, domingo, 16 de março de 2003

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As mulheres das Américas e a democracia

APRIL PALMERLEE

Nos últimos tempos, a mídia está repleta de manchetes sobre os esforços dos EUA para angariar apoio internacional contra as ameaças que vêm de longe de nosso hemisfério. Essa situação é bem real, mas é apenas parte do que ocorre em Washington. Sim, reconhecemos a necessidade de lidar abertamente com os perigos que podem nos atingir a todos, conforme ficou provado pelo 11 de setembro, mesmo vindos de cantos distantes do mundo. No entanto isso não significa que vamos esquecer nossos bons amigos que estão muito mais perto.
Na verdade, os desafios e as oportunidades que enfrentamos somente podem ser enfrentados juntos, por meio da parceria estratégica das nações democráticas que o presidente Bush tão claramente conclamou. Felizmente, todos os países das Américas e do Caribe, com uma única exceção, pertencem hoje à comunidade internacional de democracias.
Além disso, junto com a grande onda de redemocratização das últimas duas décadas, houve uma alvissareira melhoria na situação das mulheres nesta parte do mundo. Nosso hemisfério deve estar orgulhoso do número de mulheres que lideraram nossos governos como chefes de Estado, legisladoras, membros seniores de gabinetes governamentais e governadoras. Isso reflete um progresso incrível em relação à última metade do século passado; e devemos aprimorar esse progresso no próximo século. No mês do Dia Internacional da Mulher, saúdo os avanços que alcançamos juntas e ofereço nossa ajuda para vencer os obstáculos restantes e agarrar as novas oportunidades à nossa frente.
Depois da Cúpula das Américas de 2001, em Québec, os líderes democraticamente eleitos assumiram o compromisso unânime de promover a participação plena e igual das mulheres em todos os níveis políticos. Uma forma de atingir esse objetivo é assegurar que as mulheres atuantes na política tenham oportunidades de compartilhar suas experiências e idéias e de incentivar outras a seguirem a sua liderança. Os estados Unidos apóiam veementemente as recentes iniciativas da OEA (Organização dos Estados Americanos) de criar fóruns onde as mulheres possam fazer exatamente isso.


O governo Bush acredita firmemente que a participação feminina é a chave para a democracia


Um exemplo foi a seção especial do Conselho Permanente da OEA sobre a Participação das Mulheres nos Processos Políticos, realizada alguns meses atrás em Washington. O evento serviu como um fórum importante para expandir esse diálogo, reunindo mulheres proeminentes atuantes na política, dirigentes de ONGs e especialistas do hemisfério. O debate das participantes sobre suas próprias experiências salientou os tipos de desafios enfrentados pelas mulheres, suas conquistas e as diferentes estratégias para a promoção de sua participação plena e igual.
Os Estados Unidos, de outras formas muito concretas, há muito apóiam iniciativas destinadas a aumentar a atuação política das mulheres nas Américas. O governo Bush acredita firmemente que a participação feminina é a chave para a democracia -que, por sua vez, é fundamental para a estabilidade e prosperidade regionais. Em vista disso, apoiamos iniciativas locais para capacitar mulheres a se candidatarem a cargos públicos e a liderarem ONGs. Esses projetos também melhoram o acesso e a contribuição das mulheres para veículos noticiosos e de opinião especializada. Elas ajudam as coalizões de grupos de mulheres e de jovens a angariar votos e apoiar a educação das eleitoras.
Em outro exemplo de nosso compromisso com essa causa, os Estados Unidos se orgulham por sua eleição para a Comissão Executiva da Comissão Interamericana das Mulheres da OEA, que neste ano completa seu 75º aniversário na promoção do avanço das mulheres nas Américas.
Naturalmente, acreditamos que a democracia seja para todos, homens e mulheres, sem distinção. Estamos confiantes em que a OEA continuará a tomar a dianteira no fortalecimento da democracia representativa e a fazer disso uma prioridade hemisférica. As recentes iniciativas da organização demonstram nosso empenho nesse sentido. Quando as mulheres têm o poder do voto, de se candidatar a cargos públicos, de participar de grupos de serviço público e de fazer com que suas vozes sejam ouvidas em questões vitais, a democracia melhora para todos. E, quando nossas democracias trabalham juntas, nosso potencial torna-se inesgotável. Continuemos a agir assim, para fazer deste hemisfério um modelo para o mundo.




April Palmerlee é coordenadora sênior de Assuntos da Mulher do Departamento de Estado dos Estados Unidos.




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