São Paulo, domingo, 16 de maio de 2004

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PAINEL DO LEITOR

"The New York Times"
"Parabenizo o professor Roberto Romano pelo seu artigo "Truculências governamentais" ("Tendências/Debates", pág. A3, 14/5). Oxalá o senhor Luiz Inácio Lula da Silva tenha acesso a essa leitura e possa repensar seu governo e refletir na frase destacada no artigo: "Os que se julgam donos do Brasil devem aprender que o poder não lhes foi concedido para intimidações ou vinganças". Apare suas garras, presidente, pois estamos tentando viver uma democracia."
Sonia Maria Piva Amaro (São José do Rio Preto, SP)


"A firmeza e a independência do governo, defendendo os direitos do seu povo em vários aspectos (Alca, algodão, Iraque etc) e não se submetendo ao "prato feito" está certamente incomodando os donos da democracia e da liberdade no mundo. Os velhos métodos já mostraram não dar mais certo -como pudemos ver na tentativa de golpe na Venezuela, quando o tiro saiu pela culatra. Talvez a melhor opção agora seja o caminho da desmoralização: tentar solapar o governo com falsos boatos e abalá-lo pela raiz à custa de mentiras, no que, aliás, os americanos estão se tornando especialistas. Haja vista o que vem acontecendo no Iraque pré e pós-guerra, com uma seqüência desavergonhada de "falsas verdades"."
Margarida Galvão (São Paulo, SP)

"O "Painel" (Brasil, pág. A4), em 14/5, relatou uma conversa de um governador tucano que teria alertado o presidente Lula sobre a gestação de um escândalo para desgastá-lo e prejudicar o PT nas eleições. Disse ainda o "Painel': "Só não explicou aos comensais [do PL] como nasceu a conexão PSDB -"NYT". A explicação não poderia ser encontrada naquela nota publicada na coluna de Mônica Bergamo (Ilustrada, pág. E2) em 12/5 na qual comenta a reportagem desse jornalista americano, Rother, em dezembro de 2002, com "os maiores elogios a FHC'?"
Jasson de Oliveira Andrade (Mogi-Guaçu, SP)


"Parabéns à Folha pela excelente cobertura deste imbróglio do governo Lula, cuja vocação democrática é novamente posta em dúvida. Pena que a maioria do povo brasileiro não tenha lido o artigo no "NYT" que deu pretexto para a valentia presidencial. Lendo o artigo, traduzido e publicado pela Folha, pode-se tranqüilamente concluir que não houve motivo para a exibição de patriotadas. A decisão de expulsar o jornalista norte-americano talvez tenha boa repercussão interna junto aos desinformados ou ressentidos com os EUA, como espera Lula (nota "Go home", "Painel", Brasil, pág. A4, 13/5). Mas será que isso compensa o desgaste da imagem do governo e do país na comunidade das nações?"
Aluizio Barros (São João del-Rei, MG)


"Apesar de ser diminuto o espaço dado à notícia enviada por Fernando Canzian de Washington em 14/5 ("EUA baniram jornalista no ano passado", Brasil), é muito importante a lembrança de que os americanos expulsaram um jornalista estrangeiro em fevereiro do ano passado -um correspondente da Agência de Notícias Iraquiana que trabalhava na sede das Nações Unidas, em Nova York. Já vi esse filme em algum lugar. O motivo alegado para a expulsão foi que ele era considerado "perigoso para a segurança nacional". Depois disso, como mostra o texto, o Comitê para a Proteção de Jornalistas relata que, por lá, "dezenas de jornalistas não conseguem entrar". Essa atitude norte-americana não tem dado manchetes pelo mundo afora -muito menos no Brasil."
Luiz Antonio Veloso Siqueira (Itu, SP)

"Lula teria acertado se tivesse convidado o jornalista Larry Rohter e outros jornalistas brasileiros para passar um domingo com ele e com sua família e se lhes oferecesse, sem nenhuma culpa, uma caipirinha feita com a melhor cachaça nacional. Mataria o assunto e ainda ganharia pontos. Na guerra mundial da imagem, estratégia é fundamental."
Vivaldi Cunha (Paris, França)


"Está de parabéns o ministro Peçanha Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que aceitou o pedido de habeas corpus e concedeu salvo conduto ao jornalista do "New York Times" para que permaneça no Brasil. A Justiça é o caminho correto, livre e democrático que qualquer cidadão, inclusive o presidente da República, deve buscar para que a verdade seja estabelecida. O que não é aceitável é que a justiça seja feita com as próprias mãos."
David Neto (São Paulo, SP)


"Vítima do regime militar nos anos 70 e 80 e agora deslumbrado com o poder, o presidente Lula está cada dia mais apaixonado pelo poder. Acho que Fidel Castro deve ter-lhe falado como é bom ser ditador. Não que Lula o seja, mas, se não tomar cuidado, do jeito que as coisas vão indo e com a péssima assessoria que o presidente tem, não demorará muito para ir pelo caminho errado. É uma pena que seja esse o rumo enquanto a economia está indo para o buraco."
Ricardo David Chammas Cassar (Ribeirão Claro, PR)

Aviação
"Tomada no estilo pouco democrático e "bate cabeça" que caracteriza a gestão Lula, a decisão de proibir a Gol de praticar suas tarifas populares representa a vitória dos cartéis aéreos contra a democratização do aerotransporte. Tungaram a choldra, diria o notável jornalista Elio Gaspari, que, em coluna de 2/5 ("A ekipekonômica protegeu a patuléia aérea'), saudou a remodelação do mercado aéreo provocada pelo sucesso das baixas tarifas da empresa. A decisão evidencia, uma vez mais, a vocação antidemocratização social e contra a classe média do governo Lula, que caminha célere para um feito que, depois de FHC, parecia inalcançável: o de tornar-se o pior governo que o Brasil já teve."
Mauricio de Medeiros Caleiro (Rio de Janeiro, RJ)

Medida provisória
"Simplesmente lamentável a atitude do governo federal de anunciar o projeto de lei que reserva 50% das vagas das instituições federais de educação superior para alunos que tenham cursado o ensino médio em escolas publicas. Pior ainda é a posição do Ministério da Educação, que defende a implantação da idéia por meio de medida provisória. Alega o governo que "os estudantes da escola pública muitas vezes chegam ao vestibular em desvantagem em relação aos alunos de escolas particulares". Será que não seria o caso, então, de tratar de melhorar o sistema de ensino e a qualidade da educação das escolas públicas? Parece que o governo Lula acha que não, afinal, isso daria muito trabalho. Alguém precisa avisar o nosso presidente que, infelizmente, não é possível combater os problemas sociais por meio de "medidas provisórias". Para identificar e combater a origem dos problemas, é preciso seriedade e responsabilidade. Mas parece que essas não são as principais características da atual gestão."
Lior Boris Ancelevicz (São Paulo, SP)

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