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Capital ainda escasso
Banco público ainda sustenta empréstimos a empresas, embora haja retomada incipiente do crédito via mercado
C
OMO SE sabe, o turbilhão
da crise financeira internacional produziu contração forte e repentina
na oferta de recursos -externos
e domésticos- às companhias
brasileiras. Uma das exceções fica por conta do BNDES.
No primeiro trimestre de
2009, os empréstimos do banco
estatal de fomento atingiram R$
19 bilhões, aumento de 13% na
comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
Os setores ligados à infraestrutura -sobretudo transporte rodoviário e energia elétrica- foram os principais responsáveis
pela expansão dos empréstimos,
com alta de 21% na mesma base
de comparação. Já o desempenho do segmento industrial, bastante afetado pela crise, cresceu
abaixo da média.
Ramos de alimentos, bebidas,
material de transporte e química/petroquímica tiveram acesso
a R$ 7,9 bilhões de janeiro a março, com crescimento de 5% frente a igual período do ano anterior. A manutenção dos investimentos produtivos é crucial para
assegurar a oferta de bens e serviços, sem redespertar a inflação,
quando a economia retomar o
crescimento.
Diante da importância do
BNDES na oferta de crédito em
moeda doméstica e com juros e
prazos adequados, o governo reduziu as taxas cobradas em três
linhas: capital de giro, crédito para exportação e empréstimo-ponte (emergencial) para projetos de infraestrutura.
Além disso, acaba de ser anunciada uma medida destinada a
desafogar as finanças de pequenas e médias empresas, setor extremamente prejudicado pela
retração do crédito. Trata-se de
um fundo garantidor de empréstimos para esse segmento, no valor de R$ 4 bilhões.
Os recursos serão administrados por bancos federais com o
objetivo de proteger os credores
contra possível inadimplência
das empresas. Em caso de calote,
o prejuízo será coberto pelo novo
fundo. Com isso, espera-se que o
acesso a capital de giro por parte
dessas firmas menores -as
quais, em seu conjunto, respondem por grande parte do emprego no país- seja minimamente
restabelecido.
Outra fonte de recursos para
empresas é o mercado de capitais. Ainda atravancado, ele dá sinais incipientes de retomada.
Emissões de notas promissórias
e certificados de recebíveis imobiliários já levantaram mais de
R$ 3,6 bilhões neste ano.
A volta dos investidores estrangeiros pode abrir a oportunidade para novas emissões de
ações. Seria um despropósito,
entretanto, esperar uma repetição, no curto prazo, do festival de
estreias de empresas na Bolsa
ocorrido de 2006 a 2008.
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