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SOB CONTROLE
O índice de inflação ao consumidor dos EUA, referente ao
mês de maio, vinha sendo aguardado com alguma ansiedade pelos
agentes econômicos. Na semana
passada, o presidente do Fed (banco
central norte-americano), Alan
Greenspan, emitira sinais de que a
elevação da taxa básica de juros poderia ser mais agressiva, superando
o 0,25 ponto percentual que os mercados esperavam -o que seria justificável em caso de um aumento mais
acentuado da inflação. Os juros básicos nos EUA se encontram em 1% ao
ano, o nível mais baixo desde 1958.
Ontem, soube-se, enfim, que a inflação de maio foi de 0,6%, contra
0,2% em abril. De janeiro a maio, o
índice teve alta de 2,1%, acima do
0,9% verificado no mesmo período
de 2003. Apesar da mudança de patamar, Greenspan tratou de tranqüilizar os apreensivos. "É improvável
que a inflação venha a ser uma preocupação séria", disse no Senado.
O principal vilão da inflação de
maio foi o petróleo. Os preços da
energia nos EUA subiram 4,6%
-contra apenas 0,1% em abril. Embora mereça atenção, essa realidade
afasta, ao menos por ora, os riscos de
que o aquecimento da demanda possa estar pressionando os preços ao
consumidor. Expurgado de itens
com preços mais sujeitos a oscilações temporárias, como energia e
alimentos, o índice de inflação de
maio foi de apenas 0,2% -aquém
dos de abril (0,3%) e março (0,4%).
Tudo indica que em junho o custo
da energia sofrerá menos pressão,
devido ao recente recuo da cotação
do petróleo, sob influência da decisão dos países produtores de aumentar a produção em 2 milhões de barris/dia a partir de julho, acrescidos de
500 mil barris/dia a partir de agosto.
Nesse cenário, a expectativa volta a
ser de uma alta de 0,25 ponto percentual da taxa de juros dos EUA neste
mês de junho. Para o Brasil, cuja economia é especialmente sensível a reviravoltas nos fluxos de capitais, um
aumento dessa ordem seria uma boa
notícia, pois já está assimilado pelos
mercados, não se esperando que gere turbulências adicionais.
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