São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2004

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SOB CONTROLE

O índice de inflação ao consumidor dos EUA, referente ao mês de maio, vinha sendo aguardado com alguma ansiedade pelos agentes econômicos. Na semana passada, o presidente do Fed (banco central norte-americano), Alan Greenspan, emitira sinais de que a elevação da taxa básica de juros poderia ser mais agressiva, superando o 0,25 ponto percentual que os mercados esperavam -o que seria justificável em caso de um aumento mais acentuado da inflação. Os juros básicos nos EUA se encontram em 1% ao ano, o nível mais baixo desde 1958.
Ontem, soube-se, enfim, que a inflação de maio foi de 0,6%, contra 0,2% em abril. De janeiro a maio, o índice teve alta de 2,1%, acima do 0,9% verificado no mesmo período de 2003. Apesar da mudança de patamar, Greenspan tratou de tranqüilizar os apreensivos. "É improvável que a inflação venha a ser uma preocupação séria", disse no Senado.
O principal vilão da inflação de maio foi o petróleo. Os preços da energia nos EUA subiram 4,6% -contra apenas 0,1% em abril. Embora mereça atenção, essa realidade afasta, ao menos por ora, os riscos de que o aquecimento da demanda possa estar pressionando os preços ao consumidor. Expurgado de itens com preços mais sujeitos a oscilações temporárias, como energia e alimentos, o índice de inflação de maio foi de apenas 0,2% -aquém dos de abril (0,3%) e março (0,4%).
Tudo indica que em junho o custo da energia sofrerá menos pressão, devido ao recente recuo da cotação do petróleo, sob influência da decisão dos países produtores de aumentar a produção em 2 milhões de barris/dia a partir de julho, acrescidos de 500 mil barris/dia a partir de agosto.
Nesse cenário, a expectativa volta a ser de uma alta de 0,25 ponto percentual da taxa de juros dos EUA neste mês de junho. Para o Brasil, cuja economia é especialmente sensível a reviravoltas nos fluxos de capitais, um aumento dessa ordem seria uma boa notícia, pois já está assimilado pelos mercados, não se esperando que gere turbulências adicionais.


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