São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Arraial no Torto
"Há muito tempo não se via um texto jornalístico tão cheio de preconceitos como a crônica de Danuza Leão sobre a festa caipira na Granja do Torto ("Fala sério, Lula!", Brasil, pág. A7, 15/6). Ali temos de tudo. Um verdadeiro "Manual do Preconceituoso Engajado". Lula deu a lady Danuza o pretexto que ela esperava para destampar o seu repertório. Ficamos sabendo que existe folclore chique e folclore brega. Certamente as quadrilhas juninas nordestinas -uma tradição oriunda das danças de salão do tempo do império, com coreografia elaborada e ainda hoje com alguns pontos cantados em francês- pertencem à segunda categoria só por serem aqui da bugrada. O que é que a lady queria? Que Lula comemorasse as bodas de pérola metido num smoking, ao som de Frank Sinatra? Ou que deixasse, à moda de alguns paulistanos chiques, para comemorá-la no dia do Halloween, ele e dona Marisa vestidos à caráter?"
Felício Limeira de França (Recife, PE)

 

"Excelente sob todos os aspectos o que escreveu ontem Danuza Leão na pág. A7. Quando diz que "estamos num Estado quase totalitário", arrebenta a boca do balão (para manter o tom da festa). Não há oposição, pois todos são comprados para o governo obter o que quer."
Ary Cesar (Santo André, SP)

 

"Entre tantas idéias infelizes do Planalto em seu vale-tudo populista, a mais calamitosa foi a da festa caipira na Granja do Torto. Danuza Leão, com sua fina intuição analítica, disse tudo em seu artigo. "Foi um desastre" do começo ao fim. O mais desastroso foi o erro de concepção de associar a figura do caipira à pessoa de Lula. O caipira, com toda a simpatia que desperta, é, sociologicamente, um duplo marginal: expulso dos padrões da vida rural e alienado dos modelos da vida urbana. Um joão-ninguém, um pobre diabo genialmente retratado por Monteiro Lobato na figura do Jeca Tatu. Não consome e não produz. O caipira é o modelo do Brasil que não vai para a frente, do Brasil que não deu certo. Efusivos parabéns a Danuza Leão."
Gilberto de Mello Kujawski (São Paulo, SP)

 

"Danuza Leão brindou-nos com um coquetel de superficialidade, incoerência e elitismo ao comentar a festa de Lula e Marisa. Dizer que o folclore de uma região do país representa o "atraso", uma "caipirada", só pode ser encarado como má-fé, preconceito e falta do que dizer. Com certeza, se fosse uma festa à la francesa de FHC e dona Ruth, Danuza estaria lisonjeada por julgar ter um presidente progressista e moderno."
Maurício Palma Resende (São Paulo, SP)

 

"Lamentável e preconceituoso o artigo da senhora Danuza Leão sobre as bodas do presidente Lula e da primeira-dama. Se a colunista continuasse morando no interior e ainda fosse pobre, como a maioria da população brasileira, talvez conseguisse perceber o que existe de tradição nas festas juninas que acontecem em todos os cantos do Brasil. O convívio, em salões iluminados, com o charme e com a champanhe embotaram sua visão. Quanto à saudade de FHC e dona Ruth, que faça bom proveito dela."
José Alberto Volpe (Campinas, SP)

Parada gay
"Observamos, no domingo passado, um fato preocupante: registrou-se no Brasil, em São Paulo, a maior parada gay do mundo. De fato, esse desfile é um alerta para todos nós que procuramos observar os preceitos cristãos. Ou seja, ele é um indicativo de que cada vez mais homens e mulheres permanecem em um perigoso equívoco. É oportuno e urgente que os cristãos estejam engajados num projeto amplo de persuasão a fim de que os hoje homossexuais encontrem amanhã a verdade e a vida plena em Cristo."
Igor Gabriel Álvares Rodrigues Assis (Belo Horizonte, MG)

Otimismo
"O jornal deveria, no momento em que o país dá sinais de fortalecimento econômico, focar suas notícias em fatos positivos, e não publicar textos destacando que a inflação foi a maior desde outubro. Veja que estamos falando de uma inflação de 0,77%, que é um numero ridículo. Sugiro serem um pouco mais otimistas com o Brasil."
Luciano Amadio Filho (São Paulo, SP)

Mineirão
"Em resposta à carta de Cíntia de Souza Clausell (14/6), esclareço que, graças às obras de reforma do Mineirão, realizadas recentemente pelo governo de Minas Gerais, o estádio ganhou elevadores e lugares especiais para pessoas com necessidades especiais. Neste governo, essas pessoas obtiveram o respeito que, em 40 anos, o Mineirão não lhes ofereceu. A iniciativa do governador Aécio Neves mereceu até mesmo o reconhecimento público por parte das entidades que trabalham com portadores de deficiência. Nesse aspecto, o Mineirão é o mais moderno dos estádios brasileiros. Em virtude dessas providências, não faria sentido dificultar a entrada dessas pessoas no estádio e dar preferência de acesso ao "grande número de convidados" do governador de Minas por ocasião do jogo Brasil x Argentina, como foi mencionado na referida carta. Quanto a isso, vale ressaltar que, para aquele jogo, o Estado teve 84 convidados, que ocuparam cadeiras de propriedade da administração estadual."
Ronaldo Lenoir, assessoria de imprensa do governador Aécio Neves (Belo Horizonte, MG)

Jornalismo
"Quer dizer que mandar para os EUA um jornalista de caráter duvidoso não pode. Mas demitir sumariamente um jornalista corajoso (Jorge Kajuru) por ele ter falado a verdade sobre o absurdo ocorrido no Mineirão -quando milhares de convidados entraram à custa do erário para assistir o jogo da seleção- pode? Na análise da imprensa, o povo está abaixo das fofocas sobre o presidente. E o pior é que a imprensa se omite e não critica a rede de TV pela submissão vergonhosa ao pedido do senhor Aécio Neves."
Rafael Moia Filho (Bauru, SP)

Cazuza
"Parabenizo Pedro Alexandre Sanches e Silvana Arantes pela reportagem "Nós que nos amávamos tanto" (Ilustrada, 10/6). Excelente a intertextualidade do poema "Quadrilha'! O resultado foi um texto agradável e delicado."
Marina Andrade Leonardi (São Paulo, SP)


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