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Editoriais
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Arena paulista
Não deixa de ser um sinal de
maturidade o fato de São Paulo,
através de representantes políticos, da imprensa e de outras instâncias da sociedade civil, ter rechaçado a ideia de o poder público arcar com a construção de uma
arena para sediar a abertura da
Copa do Mundo de 2014, ao elevado custo de R$ 1 bilhão.
Como adiantou a coluna de Mônica Bergamo, na edição de ontem
desta Folha, o governador Alberto
Goldman agendou encontro com
o sr. Ricardo Teixeira, presidente
da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL), para dar-lhe a palavra final do Estado e da cidade:
não haverá investimento público
na construção do estádio.
Ou a Fifa, a entidade máxima
do futebol, revê sua posição sobre
o Morumbi ou a maior cidade do
país declinará do convite de hospedar a abertura da Copa. Ao agir
assim, São Paulo dá exemplo e
mostra-se em sintonia com um
sentimento que vai se difundido
pelo país: a Copa dever servir ao
Brasil -e não o contrário.
Não há dúvida de que a Fifa
acerta em muitas de suas reivindicações com vistas ao evento. É
preciso, sem dúvida, avançar em
infraestrutura, transporte e comunicações para que o Mundial possa ser realizado a contento.
Bem diferente é apresentar requisitos por demais custosos ao
poder público com vistas à realização de uma única partida de futebol. Outros países que patrocinaram mundiais, como a Alemanha,
já se depararam com situações
análogas e refutaram as exigências exorbitantes da entidade.
Além de conceder à Fifa discutíveis isenções fiscais para lucrar
com a Copa, o poder público, em
suas diversas esferas, flexibiliza licitações, acena com empréstimos
a juros camaradas e investe diretamente na construção de estádios
que podem se transformar, ao fim
do torneio futebolístico, em "elefantes brancos".
O péssimo exemplo dos Jogos
Panamericanos do Rio já mostrou
como a irresponsabilidade de alguns é capaz de manipular o entusiasmo de muitos e produzir descalabros com o dinheiro de todos.
Menos mal que São Paulo não se
incline a fazer esse papel.
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