São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2005

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Mensalão
"Há um grave e injusto equívoco na tabela "Quem era quem na campanha de Lula", que a Folha publicou no dia 12 (Brasil, pág. A12), incluindo meu nome como beneficiário do caixa dois. A única fonte de que o jornal dispõe para confirmar a existência do caixa dois nas campanhas eleitorais de 2002 é o publicitário Duda Mendonça, em seu depoimento à CPI dos Correios. Pois a mesma fonte que serve para sustentar a informação da Folha disse no depoimento à CPI que não houve irregularidade em minha campanha ao Senado: "A campanha do presidente foi totalmente paga com dinheiro oficial. Assim como a do senador Aloizio Mercadante. A campanha do senador Aloizio Mercadante foi barata, foi muito barata. Ela entrou num pacote onde eu tinha toda a estrutura pronta". O jornal reconhece isso na mesma edição, na matéria "Duda diz que caixa 2 pagou campanha do PT (pág. A6)': "Além de tentar separar a campanha presidencial das demais, Duda também procurou isentar o senador Aloizio Mercadante, argumentando que o custo da prestação de serviço a ele teria sido baixo pelo fato de sua empresa de marketing político já estar com uma estrutura montada em São Paulo". Não sou relacionado nem citado em nenhum outro episódio nas denúncias que vêm se sucedendo contra o PT e outros partidos políticos. Quero, como já manifestei antes, que todas as denúncias sejam esclarecidas, inclusive as que dizem respeito ao meu partido, e que todos os responsáveis sejam punidos. Informo, por fim, que as negociações com a produtora de televisão para a campanha eleitoral foram assumidas inteiramente pela direção nacional do PT e que o presidente e o tesoureiro do PT-SP declararam que todos os gastos com as campanhas majoritárias são os que foram repassados à Justiça Eleitoral."
Aloizio Mercadante , senador pelo PT-SP (Brasília, DF)

 

"Duda Mendonça, no seu depoimento à CPI dos Correios, disse que fazia contratos com o PT para a realização das campanhas. Disse também que a única forma de ele ter recebido o que lhe era devido foi por meios escusos. Ora, se existia contrato, por que não procurou a Justiça? Como não informou Lula sobre o débito do PT com a sua agência? Como uma pessoa pode infringir normas penais sem infringir normas morais? Como se percebe, há várias perguntas "perdidas" no fundo do mar de lama que provavelmente não serão respondidas. Queremos mais, queremos que tudo seja esclarecido... Espero que o Congresso também."
Marcelo Bustani Vasconcelos (Salvador, BA)

 

"Coitado do Brasil, que tem como "paladinos da justiça" pessoas da extirpe dos senhores José Carlos Aleluia, Jorge Bornhausen, Arthur Virgílio, Alberto Goldman e Ônix Lorenzoni. Ao ver suas "manifestações de indignação" nas CPIs, não sei se rio ou se choro. Procuram acusar o presidente Lula de incompetente por não saber o que acontecia. Mas e eles? Estão no Congresso há tantos anos, e sob seus narizes, colegas seus, parlamentares, recebiam mensalão e eles de nada sabiam? Nunca tinham ouvido falar? Nunca suspeitaram de nada? Das duas, uma: ou os que recebiam mensalão eram muito espertos ou essa turma de "indignados" era cega e surda."
Otavio Pacanaro (Iacri, SP)

Constituinte
"Precisas as palavras de Paulo Bonavides, na edição de ontem desta Folha ("Para especialista, proposta de revisão constitucional é golpe", pág. A14), opondo-se de forma vigorosa à instalação de uma nova Constituinte, no mesmo sentido do texto de José Afonso da Silva ("Tendências/Debates", 13/8, pág. A3). A crise que vivemos não é premissa bastante para a ruptura das instituições. As respostas a ela, qualquer que seja o seu desenlace, encontram-se nos textos constitucionais, que não podem ser reconstruídos a cada alteração de maioria política. É gravíssima a pretensão de certos setores de se aproveitar deste momento de perplexidade generalizada da nação para vender idéias mirabolantes e assim desconstituir conquistas populares que se cristalizaram na Constituição de 1988. Constituinte agora é golpe!"
Marcelo Semer, presidente do Conselho Executivo da Associação Juízes para a Democracia (São Paulo, SP)

Bola fora
"Em princípio não há por que se preocupar com os rumos da nação. É o que parece a quem observa a postura alienada e omissa do presidente Lula, que, em face do terremoto que assola a nação, ignora-o e ainda encontra tempo, paz e tranqüilidade para praticar um joguinho de futebol. Ou seja, tudo indica que, para ele, está tudo bem. Entretanto é preciso alertá-lo para acordar do seu delírio e deslumbramento infinitos, que a torcida pode não estar gostando do jogo e exigir que seja definitivamente anulado."
David Neto (São Paulo, SP)

Oportunidade
"Será que já estamos suficientemente maduros para operar uma mudança profunda em nosso sistema político? Que tal se, em vez de apenas caçar os bodes expiatórios da vez, aproveitássemos a crise para rever os financiamentos de campanha e a transparência na prestação de contas; a fidelidade partidária e a sustentação política dos partidos no poder e sua relação com o Executivo?"
Marcílio Godoi (São Paulo, SP)

Caras pálidas
"Eu pensei que os estudantes fossem livres e independentes de qualquer partido político e que, além de informados, tivessem os seus próprios pensamentos e idéias. Mas infelizmente não é isso que eu vejo. Eu me pergunto onde estão os "caras-pintadas". Estão esperando o que para demonstrar a sua indignação? Por muito menos o Collor caiu. Por que essa proteção ao Lula?"
Jaqueline Rodrigues Damasceno (São Paulo, SP)

Universidades
"O levantamento inédito da Folha sobre a dedicação à pesquisa nas universidades brasileiras ("Universidades privadas descumprem lei", pág. C1) mostra a urgência de medidas corretoras por parte do Congresso e do MEC. Órgãos como o CNPq, a Capes e as agências de fomento estaduais, como a Fapesp, têm permitido que se formem mestres e doutores gabaritados para a pesquisa de ponta nas mais variadas áreas de conhecimento. Boa parte do quadro docente, porém, não é titulado, e mesmo os mestres e doutores muitas vezes não dispõem de apoio para se dedicar à pesquisa. Apenas com a ampliação dos titulados e da pesquisa será possível que a graduação, no Brasil, passe a ter efeitos econômicos e sociais que permitam a redistribuição de renda."
Pedro Paulo A. Funari, coordenador associado do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp (Campinas, SP)


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