São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

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Editoriais

Estagnação na Europa

A ECONOMIA da zona do euro apresentou retração de 0,2% no segundo trimestre de 2008, em relação ao período anterior. Um desempenho ruim era esperado, mas a contração superou a projetada pelos analistas, com quedas nos investimentos e no comércio exterior.
As economias dos 15 países da área do euro se enfraqueceram diante das turbulências nos mercados financeiros, do aumento nos preços de energia e alimentos e da forte valorização da moeda única. A desaceleração foi liderada pela Alemanha, o motor econômico da região. A queda no PIB alemão foi de 0,5%.
Já a produção da União Européia, que reúne 27 países, recuou 0,1% entre abril e junho ante o trimestre anterior. Com a contração européia, o bloco se une ao Japão, cujo PIB caiu 0,6%, no mesmo período. Com isso, as economias dos países industrializados dão sinais de desalento.
Valorização do euro, redução das exportações e inflação concorreram para a estagnação européia. Mas acontecimentos recentes, como a queda nos preços do petróleo e das matérias-primas, bem como a recente desvalorização do euro, podem proporcionar alguma perspectiva de recuperação, num prazo ainda incerto, para os países da região.
Já um cenário hipotético de aprofundamento da retração na Europa seria particularmente preocupante para a economia brasileira. A União Européia absorve cerca de 25% dos produtos exportados pelo Brasil. As contas externas ficariam sujeitas a um duplo movimento: uma queda nas quantidades exportadas, acompanhada por uma redução nas cotações dos principais produtos exportados. As commodities representam cerca de 65% das exportações brasileiras.
Com EUA, Europa e Japão estagnados, a cada dia fica mais difícil sustentar a cotação das commodities nos patamares elevados a que chegaram.


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