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PAINEL DO LEITOR
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Eleições
Eu não preciso votar no "uni"
ou "duni" ou "tê", se por nenhum deles me sinto representado. Este é o raciocínio do "voto
útil": voto no menos ruim para
excluir o pior. A opção do voto
nulo não é omissão. Pelo contrário, pode ser uma intervenção
mais eficaz do que o voto útil.
Tenho 73 anos e, apesar de ser
isento de obrigatoriedade, não
deixo de comparecer para denunciar a farsa do nosso processo eleitoral no qual nosso voto
nada decide e o eleito com nada
se compromete.
LUIZ DALPIAN (Santo André, SP)
Ferreira Gullar ("Continuidade
e alternância", Ilustrada, ontem)
sugere a alternância de poder no
governo federal para o bem da democracia. Discordo por achar que
o eleitor é quem decide isso. Pergunto por que nosso poeta não sugere alternância de poder em São
Paulo, onde o PSDB está no governo estadual há mais de 15 anos. E
já respondo. O povo do Estado está satisfeito com o governo do partido (cuja segurança pública, saúde e educação estão longe do
ideal). Isso é democracia.
GERMANO RIOS FERREIRA (Uberaba, MG)
Educação
O sr. Rodolpho Pereira Lima
("Painel do Leitor", 14/8) lembra-se saudoso de quando a escola pública era excludente, e o
fazia à perfeição com "exames de
admissão" e "vestibulinhos".
Sou fruto da escola pública
daquela época. O missivista se
esquece dos que foram cruelmente alijados por aquela máquina perversa, reprodutora do
modelo social vigente, que dava
para os filhos da elite uma "educação de excelência" e aos filhos
dos pobres o "direito" de não frequentar as escolas públicas mantidas com dinheiro dos impostos
pagos por toda a sociedade.
A eles sobrava o cabo da enxada ou o chão das fábricas. Aquelas escolas ajudaram a forjar este
país injusto.
JOSE ARNALDO FAVARETTO (Ribeirão Preto, SP)
Habitação
Estabelece a verdade, em editorial, a Folha ("Números da habitação", ontem), quando mostra
a pequenice do programa Minha
Casa, Minha Vida -tema de grande apelo nacional. A população,
na busca de lograr a sonhada moradia própria, acaba vilmente lograda no que representa apenas
mais uma peça de marketing do
governo federal.
LUIZ DE MELLO (São Paulo, SP)
Ambiente
Em seu artigo "Uma ecologia
espiritual" (Ciência, ontem), o físico Marcelo Gleiser fala em "preservar todas as formas de vida" e
que devemos agir como "guardiões da vida", mas abre uma exceção para usarmos os animais
como alimentos, como se isso fosse imprescindível e não existissem
os vegetarianos e veganos.
WILSON GRASSI (São Paulo, SP)
Organizações sociais
Ninguém nunca afirmou que
as parcerias firmadas pelas organizações sociais com entes políticos são imunes a vulnerabilidades. Ignóbeis existem em todas
as áreas e não seriam as OSs o
sacrossanto sistema em que tais
pessoas não atuassem. Elas são
eficientes, sim, como insiste em
negar o leitor Tarso Cabral Violin
("Painel do Leitor", 14/8).
A afirmação decorre do desconhecimento da realidade e dos
indicadores utilizados pelo governo para fiscalizar o cumprimento de metas. Qual sistema é
melhor que as OSs? A administração direta?
JOSENIR TEIXEIRA (São Paulo, SP)
Galvão
Quer dizer que o sr. Galvão
Bueno ("Domingão do Galvão",
Ilustrada, ontem) acha que a Rede Globo ainda não controla suficientemente nosso futebol? Quer
dizer que todos os contratempos
causados pelos horários que a
emissora arbitrariamente impõe,
não só aos torcedores que vão aos
estádios, mas a todos que querem
acompanhar importantes partidas, ainda são pouco?
FLÁVIO GUIMARÃES DE LUCA (Limeira, SP)
Petrobras
Sobre a reportagem "Devido a
testes no pré-sal, Petrobras desperdiça gás" (Mercado, 11/8) a
Petrobras reitera o que foi informado por escrito ao repórter: não
há relação entre variações na demanda do mercado e a queima de
gás. Não é correto comparar o volume total queimado com a possibilidade de abastecer uma cidade
de gás, uma vez que essa queima é
inerente ao processo de produção
de petróleo.
A companhia esclarece que faz,
com autorização da Agência Nacional do Petróleo, testes de longa
duração nas acumulações de Tupi, Jubarte, além de Tiro e Sidon.
Esses testes são essenciais para
coletar informações sobre os reservatórios de petróleo do pré-sal,
dimensionar os gasodutos e os sistemas de produção que serão ali
instalados.
Desconsiderando os
testes de longa duração em reservatórios que estão sendo dimensionados e que têm queima de gás
presumida, o aproveitamento de
gás pela Petrobras, nos primeiros
meses deste ano, é o maior registrado pela empresa nos últimos
cinco anos.
LUCIO MENA PIMENTEL, gerente de imprensa da
comunicação institucional da Petrobras (Rio de Janeiro, RJ)
Trem-bala
A respeito da reportagem
"Banco Mundial reprova trem-bala para emergentes" (Mercado, 7/8), é estranha a afirmação
de que não há saturação dos sistemas de transportes no corredor
Rio-São Paulo. Há trechos na via
Dutra que operam com o dobro da
capacidade recomendada.
Também é farta a documentação pela
imprensa das filas quilométricas
que se formam na rodovia em casos de acidentes. Quanto aos aeroportos, a própria Folha traz artigo em que o governador de São
Paulo aponta a necessidade urgente de construção de novos aeroportos nas proximidades da capital paulista ("São Paulo precisa
de mais um aeroporto", "Tendências/Debates", 9/8).
AGUINALDO NOGUEIRA, assessor de comunicação
social da Agência Nacional de Transportes Terrestres (Brasília, DF)
RESPOSTA DO JORNALISTA DIMMI AMORA - O
texto diz: "Não há saturação dos
outros sistemas provocada pela
demanda entre estas cidades".
Os estudos feitos para a ANTT
mostram que o trem-bala tiraria
uma quantidade ínfima de veículos da via Dutra. Os trechos com
o dobro de capacidade têm quase a totalidade dos veículos não
oriundos da viagem SP-RJ. A saída de passageiros de Congonhas
que usam o trecho SP-RJ calculada no estudo corresponderia a
9% dos usuários.
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