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TENDÊNCIAS/DEBATES
Um novo modelo de desenvolvimento
JOSÉ GENOINO
São Paulo precisa de lideranças políticas e empresariais lúcidas, ativas, fortes e consoantes com o nosso tempo
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A globalização econômica e a
revolução tecnológica são condicionalidades no mundo contemporâneo que exigem novo modelo de desenvolvimento para o Estado de São Paulo.
Esse modelo, cujas bases estão no programa de governo de minha candidatura, faz-se tanto mais necessário ao constatarmos que, nos últimos oito anos, a
economia do Estado perdeu o rumo e
apresentou os maiores índices de desemprego de toda a nossa história, mergulhando a sociedade na desesperança e
na violência.
O Estado não vem ocupando o seu papel de liderança na política e na economia, no contexto federativo. O governo
estadual do PSDB submeteu-se à lógica
da subordinação aos ditames do capital
financeiro, aceitando todas as decisões
do Planalto, que prejudicaram o desenvolvimento do Estado. Essa postura
omissa do governo paulista pode ser
identificada na passividade diante de
questões como a guerra fiscal, a crise do
pacto federativo, a reforma tributária,
os impasses da política cambial, a política de juros altos e o desemprego.
São Paulo precisa de um governador
ativo, com papel de liderança nas questões nacionais, capaz de coordenar pactos pela reforma tributária, de combate
à guerra fiscal e pela promoção do desenvolvimento e do emprego.
Quanto ao desenvolvimento, é preciso perceber que São Paulo ocupa um lugar singular no Brasil e na América Latina: o Estado pode se constituir num enclave avançado de inovação produtiva e
de conhecimento. É o único lugar desta
parte do mundo capaz de levá-la para a
era da revolução tecnológica. Para que
isso aconteça, São Paulo precisa de lideranças políticas e empresariais lúcidas,
ativas, fortes e consoantes com o nosso
tempo.
O novo modelo de desenvolvimento
que propomos funda-se numa estratégia ambivalente: o desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento
orientado para as exportações.
A estratégia do desenvolvimento local
e regional alcança enormes êxitos na
economia contemporânea. Basta citar
os exemplos da região da Emilia Romagna, na Itália, e o Vale do Silício, na
Califórnia.
Para viabilizar essa estratégia, criaremos as agências regionais de desenvolvimento, que vão potencializar as vocações produtivas de cada região. Através
dessas agências, o governo do Estado
formará consórcios com os municípios,
a iniciativa privada, os centros de pesquisas e as representações dos trabalhadores, dinamizando a capacidade produtiva das regiões.
As pequenas e médias empresas ganharão competitividade e agregarão
vantagens e eficácia em um conjunto de
ações, tais como desenvolvimento de
novos produtos, formação e valorização
de marcas, compra de matéria-prima,
comercialização, exportações, incremento de qualidade e obtenção de crédito. O desenvolvimento local e regional
agregará mais autonomia à nossa economia diante das imprevisibilidades e
instabilidades internacionais, soldará o
espírito de comunidade e protegerá
mais os empregos, evitando a desagregação social.
Além de consolidar mercados regionais e o mercado interno, a inovação e a
consorciação de pequenas e médias empresas potencializarão as importações.
Quanto às exportações, a principal
iniciativa consistirá na criação da Agência Paulista de Comércio Exterior. A
função dessa agência será prover o governo e as empresas paulistas com informações estratégicas sobre oportunidades de negócios e mercados internacionais, promover intercâmbios e organizar missões empresariais de negócios
para outros países e promover empresas e produtos paulistas no exterior.
São necessárias ainda iniciativas complementares, tais como programa de capacitação de exportadores, regionalização do porto de Santos, implantação de
plataformas logísticas e revisão dos pedágios, que encarecem as exportações.
Se eleito governador, pretendo ter um
papel de liderança para promover o Estado de São Paulo, seus produtos e suas
empresas nos mercados globais.
Por fim, quero enfatizar dois outros
instrumentos imprescindíveis ao desenvolvimento: investimento em pesquisa e desenvolvimento e política de financiamento para as pequenas e médias empresas. Quanto ao primeiro
ponto, implantaremos um banco estadual de projetos de pesquisa e desenvolvimento, financiado por recursos públicos, privados e de outras fontes.
A implantação do pólo tecnológico,
que estruturará a indústria da tecnologia de informação do Estado, será decisiva para articular pesquisa e inovação
produtiva. Para financiar as pequenas e
médias empresas, implantaremos uma
carteira de fomento da Nossa Caixa, que
terá um aporte inicial de R$ 2 bilhões.
Com essas e com outras medidas que
constam de nosso programa, levaremos
o Estado a um novo patamar de desenvolvimento, com geração de emprego e
distribuição de renda.
José Genoino, 56, é deputado federal pelo PT
de São Paulo e candidato do partido ao governo
do Estado.
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