São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2008

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EMÍLIO ODEBRECHT

Com o foco nas oportunidades

A PARTIR de hoje, caros leitores, nos encontraremos neste espaço três vezes por mês, sempre aos domingos.
O convite que recebi para revezá-lo com Antônio Ermírio de Moraes, que escreve também aos domingos, uma vez por mês, me honrou profundamente. Primeiro, porque Antônio Ermírio é um empresário cuja liderança inspiradora o transformou em referência para todos nós brasileiros.
Segundo, porque me permitirá ampliar o alcance de meu propósito de estar sempre compartilhando os aprendizados que venho recolhendo ao longo de uma vida empresarial desafiadora. Há uma idéia-força que me orienta e guia: não existe empresa forte em país fraco, nem países fortes com empresas fracas.
Infelizmente, ao longo de nossa história, nos acostumamos a tratar com complacência uma constatação desanimadora: há um Brasil que dá certo e há um Brasil que não dá certo.
A tese vem sempre acompanhada de uma lista de exemplos de homens, mulheres e empresas que fizeram sucesso aqui e obtiveram reconhecimento mundo afora -lista que tem seu contraponto na recorrente lembrança de mazelas, ineficiências e decisões frouxas que justificam nossos fracassos históricos, reforçada pelo hábito de nos escudarmos na impunidade dos males importados.
Na busca de espaços para atuar fora do Brasil, principalmente em países em desenvolvimento, nossa organização sempre teve como norte a visão de longo prazo, de forma que nossas oportunidades de crescimento estivessem casadas com o desenvolvimento socioeconômico local.
Por isso, quero assumir com os leitores desta Folha o compromisso de tentar extrair das circunstâncias idéias que provoquem reflexões úteis para a construção do amanhã.
Meu propósito é que estas idéias e algumas sugestões possam fazer parte das agendas de quem tem a responsabilidade de, com o foco nas oportunidades, definir o nosso futuro.
Nos momentos de crise, como este que o mundo vive, há coisas indispensáveis a fazer.
Fiquemos no essencial: priorizar sempre os investimentos, com redução simultânea de despesas, mas sem perda da qualidade dos serviços e produtos; buscar soluções empresariais inovadoras e novos instrumentos econômicos; sustentá-los em estruturas regulatórias saudáveis.
São medidas que dependem do poder público e da iniciativa privada e que servem ao sonho comum de fazermos do Brasil um país senhor de seu próprio destino.


EMÍLIO ODEBRECHT , 63, presidente do Conselho de Administração da Odebrecht S.A., passa a escrever nesta coluna três vezes por mês.


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