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EMÍLIO ODEBRECHT
Com o foco nas oportunidades
A PARTIR de hoje, caros leitores, nos encontraremos neste espaço três vezes por mês,
sempre aos domingos.
O convite que recebi para revezá-lo com Antônio Ermírio de Moraes, que escreve também aos domingos, uma vez por mês, me honrou profundamente. Primeiro,
porque Antônio Ermírio é um empresário cuja liderança inspiradora
o transformou em referência para
todos nós brasileiros.
Segundo, porque me permitirá
ampliar o alcance de meu propósito de estar sempre compartilhando
os aprendizados que venho recolhendo ao longo de uma vida empresarial desafiadora.
Há uma idéia-força que me
orienta e guia: não existe empresa
forte em país fraco, nem países fortes com empresas fracas.
Infelizmente, ao longo de nossa
história, nos acostumamos a tratar
com complacência uma constatação desanimadora: há um Brasil
que dá certo e há um Brasil que não
dá certo.
A tese vem sempre acompanhada de uma lista de exemplos de homens, mulheres e empresas que fizeram sucesso aqui e obtiveram reconhecimento mundo afora -lista
que tem seu contraponto na recorrente lembrança de mazelas, ineficiências e decisões frouxas que justificam nossos fracassos históricos,
reforçada pelo hábito de nos escudarmos na impunidade dos males
importados.
Na busca de espaços para atuar
fora do Brasil, principalmente em
países em desenvolvimento, nossa
organização sempre teve como
norte a visão de longo prazo, de forma que nossas oportunidades de
crescimento estivessem casadas
com o desenvolvimento socioeconômico local.
Por isso, quero assumir com os
leitores desta Folha o compromisso de tentar extrair das circunstâncias idéias que provoquem reflexões úteis para a construção do
amanhã.
Meu propósito é que estas idéias
e algumas sugestões possam fazer
parte das agendas de quem tem a
responsabilidade de, com o foco
nas oportunidades, definir o nosso
futuro.
Nos momentos de crise, como
este que o mundo vive, há coisas
indispensáveis a fazer.
Fiquemos no essencial: priorizar
sempre os investimentos, com redução simultânea de despesas,
mas sem perda da qualidade dos
serviços e produtos; buscar soluções empresariais inovadoras e novos instrumentos econômicos;
sustentá-los em estruturas regulatórias saudáveis.
São medidas que dependem do
poder público e da iniciativa privada e que servem ao sonho comum
de fazermos do Brasil um país senhor de seu próprio destino.
EMÍLIO ODEBRECHT , 63, presidente do Conselho de
Administração da Odebrecht S.A., passa a escrever
nesta coluna três vezes por mês.
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