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FERNANDO RODRIGUES
Cenário sem decantação
BRASÍLIA - Há várias equações
em análise na formação das chapas
presidenciais. Agora está abalado o
acordo pré-nupcial entre PT e
PMDB, mas na aliança de oposição
há também mais dúvidas que certezas. A decantação do cenário só se
dará a partir de março.
No caso do condomínio petista-peemedebista, o desempenho de
Dilma Rousseff nas pesquisas é vital para a definição dos acionistas
majoritários desse projeto.
Se a candidata de Lula não decolar, reduzem-se as chances de o
PMDB embarcar. O oposto também vale, com uma diferença: talvez nesse caso o PT passe a não desejar a adesão incondicional dos
peemedebistas -afinal, não terá
mais interesse em dar de mão beijada a vaga de vice-presidente.
O mais provável é Dilma não disparar (é muito desconhecida) nem
empacar (Lula vai alavancá-la). Nas
previsões dos estudos qualitativos
do marketing petista, a aposta é a
candidata ficar na redondeza dos
25% das intenções de voto no primeiro trimestre de 2010. Se for assim, o cenário continuará incerto.
Tudo se arrastará até junho, prazo
final para os partidos firmarem
compromisso eleitoral.
No PSDB, nada indica haver força
para Aécio Neves suplantar José
Serra. Este é o favorito para ser o
candidato a presidente tucano.
Com uma grande dúvida: o que
ocorrerá no cenário hipotético (hoje improvável) de Dilma Rousseff
realmente se transformar em franca favorita já em março?
Serra terá de enfrentar seu notório temor pelo fracasso. Se for conservador, optando por tentar se
reeleger ao governo de São Paulo,
destruirá o PSDB. Aécio seria "convocado" para perder. Tudo registrado, tucanos e petistas terão muitas
emoções até saberem qual será o
desfecho possível para 2010.
A saída de José Roberto Arruda extirpou a valentia do DEM. Catatônica, a sigla digere seu mensalão.
frodriguesbsb@uol.com.br
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