São Paulo, quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Carnaval
"Como admirador do samba e do Carnaval paulistanos, estou entristecido, pois nenhuma escola se lembrou do centenário de Adoniran Barbosa.
Nenhum sambista conseguiu descrever São Paulo como Adoniran. Ele foi o grande cronista da metrópole, o grande poeta do subúrbio, aquele que conseguiu, com sua arte, contrariar o poetinha Vinicius de Moraes, mostrando que São Paulo nunca foi o túmulo do samba.
Lá em Vila Isabel, Noel Rosa, no seu centenário, foi reverenciado por sua escola. Mas aqui em São Paulo, Adoniran, do Bixiga, da Casa Verde, da Vila Ré, do Jaçanã, da Mooca, do viaduto Santa Efigênia, da avenida São João, não mereceu a lembrança e o respeito dos nossos sambistas.
Mas o nosso ítalo-caipira-paulistano, como disse Antônio Cândido, nunca foi rancoroso e está cantando lá no céu: "Não reclama/ guenta mão João/ que amanhã tu levanta um barracão muito melhor"."
SANDRO CUNHA DOS SANTOS (Ribeirão Preto SP)

 

"Os jogos olímpicos de Vancouver salvaram o meu Carnaval na TV.
Em vez de ver a mesmice (sambódromos e que tais), deliciei-me com a patinação artística e outras modalidades de esporte no gelo.
Não tenho nada contra o Carnaval. O seu princípio é muito bonito (festa, alegria), só que, cada vez mais, acho uma hipocrisia o brasileiro se fazer de feliz quando durante o resto do ano é um pobre coitado em termos de cidadania."
JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP)

 

"Em "Carnavalescos, por favor, errem!", de Leandro Narloch ("Tendências/Debates", 12/2), achei explicações históricas que não conhecia e que me fizeram entender por que não consigo gostar de desfiles de escolas de samba, apesar de todo o cuidado, criatividade e brilhantismo com que se apresentam. Ou melhor, entendi agora que é por isso mesmo que não gosto dos desfiles.
Como diz o articulista, faltam justamente a eles a espontaneidade, o improviso, o "pé no chão", a possibilidade do inusitado e a alegria do descompromisso. Não existe competição nos alegres carnavais de rua, que ainda subsistem heroicamente em algumas cidades mais apegadas às suas verdadeiras raízes culturais.
Carnaval é para ser dançado e cantado descontraidamente nas ruas, sem coreografias e tempo definidos e sem pontos descontados pelos "erros" cometidos."
MARLI PEIXOTO FERNANDES (São Paulo, SP)

Se me faltassem...
"Se me faltassem motivos para não votar na candidata Dilma Rousseff, a manchete de ontem já teria sido suficiente: "Para Dilma, Estado deve ser também "empresário".
Não consigo deixar de imaginar a fila de petistas e peemedebistas, de inquestionável integridade, em busca de vagas na diretoria das novas estatais, com o firme propósito de promover "bem-estar social à moda brasileira".
O altruísmo desse pessoal eu conheço de outros carnavais."
ARMANDO DE MELO DUTRA (Belo Horizonte, MG)

Arruda
"Como conselheiro da representação paulista da Associação Brasileira de Imprensa, quero deixar registrada a admiração com a sentença com que o ministro Marco Aurélio de Mello brindou o Brasil no caso Arruda.
Foi objetivo e claro sem ser professoral, mas demonstrando a sensação de independência e de imparcialidade do Judiciário.
E elogio a atuação da Polícia Federal pela discrição e eficiência, sem nada de espetáculo cinematográfico, demonstrando tranquilidade e segurança, com austeridade, deixando longe as lembranças da imagem do regime militar."
JAMES AKEL (São Paulo, SP)

 

"O cárcere de políticos em Brasília é sobretudo pedagógico. Embora dando dimensões aos delitos, a origem e o destino dos recursos não são o mais importante.
Ele dá a certeza de que, na gestão da coisa pública, quem a malbarata não poderá postular mais nova oportunidade para delinquir. O direito de defesa, que a Constituição assegura, não há de ser instrumento para que infindáveis apelos judiciais afastem da punição os que fazem do ilícito seu método de governar ou de legislar.
A negativa ao "habeas corpus" sinaliza a posição que do Judiciário se espera."
JAIRO P. GUSMAN (São Paulo, SP)

Remédios
"Foi com muita tristeza que li a carta do médico José Elias Aiex Neto sobre propagandistas de laboratório ("Painel do Leitor", ontem). Ele afirma não receber propaganda médica há 12 anos e garante que não faz nenhuma falta. Certamente ele deve estar bem desatualizado com a prescrição de medicamentos.
A função de um propagandista é levar informações técnicas e científicas atualizadas sobre produtos e trabalhos que não são publicados na internet.
Além disso, tem a função social de atender pedidos de médicos com amostras grátis para ajudar pacientes mais necessitados.
Lembro ao doutor que a função de propagandista médico é regulamentada e existe há quase uma década, com sindicato atuante em todo o Brasil."
FRANCISCO STANGUINI (São Caetano do Sul, SP)

Pedofilia
"Finalmente o Vaticano parece ter saído da letargia em que se encontrava em relação à pedofilia que grassa no intramuros do clero.
O papa Bento 16 receberá todos os 24 bispos da Irlanda na segunda-feira para uma reunião de dois dias sem precedentes, cujo objetivo é discutir a forma como foram tratados casos de pedofilia envolvendo padres católicos no país."
IRACEMA PALOMBELLO (Bragança Paulista, SP)

CNH
"A Folha não conseguiu entender os fatos no caso da regulamentação da cobrança por cursos para renovar a CNH. Errou feio quando atribuiu a José Serra a decisão do Detran que liberou os preços e forçou novamente a barra ao falar em "recuo de Serra" ("Serra recua, e preços para CNH voltam hoje", Cotidiano, 12/2). É evidente que o governador não teve participação na edição da portaria, tanto que determinou a sua revogação e o afastamento dos responsáveis por sua elaboração assim que foi informado do assunto.
Se ele nunca teve intenção de liberar os preços e determinou o imediato restabelecimento dos limites para a cobrança, como pode o governador ter "recuado"?"
JULIANO NÓBREGA , coordenador de imprensa da Secretaria de Comunicação (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Alencar Izidoro - Um dia após a publicação da reportagem sobre a decisão do Detran de revogar a portaria que fixava os valores das taxas para CNH, a assessoria do governador disse que a medida era correta e que, para resolver o problema, iria enviar um projeto de lei para fixar novos valores. No dia seguinte, porém, recuou e afirmou que iria restabelecer a portaria do Detran.

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br

Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman


Texto Anterior: Pedro Estevam Serrano: Enchentes: algumas medidas jurídicas

Próximo Texto: Erramos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.